O Portugal de Lés-a-Lés é uma aventura anual mototurística que desde 1999 concilia a resistência física à vertente turística com o objectivo de cruzar Portugal de extremo a extremo contemplando paisagens e lugares de enorme esplendor. Aquela que se tornou a maior caravana mototurística do mundo passou agora também a pontuar para o World Touring Challenge da FIM!
Pó alentejano não mascarou sorrisos na chegada do Lés-a-Lés Off-Road a Albufeira
Sol algarvio acolheu aventureiros em festa
Tradicionalmente marcada pelas longas retas nas planícies alentejanas, pelo calor e por algum pó, a 3.ª e última etapa do 9.º Portugal de Lés-a-Lés Off-Road foi vivida sob temperaturas frescas e até alguma chuva. Que teve o condão de eliminar o pó e facilitar a condução durante o primeiro terço da ligação entre o Alandroal e Albufeira. Sobretudo para os madrugadores que puderam divertir-se num percurso muito rolante e que só obrigou a cuidados acrescidos, por causa do pó, a partir de Viana do Alentejo.
Portugal de Lés-a-Lés Off-Road levou árvores e animação a Vila Pouca de Aguiar
Chuva persistente não estragou a festa
e reforçou ação de sensibilização ambiental
O dia foi chuva. E foi de festa. E foi também de sensibilização ambiental. Um dia extremamente animado em Vila Pouca de Aguiar, palco do arranque do 9.º Portugal de Lés-a-Lés Off-Road, aventura mototurística organizada pela Federação de Motociclismo de Portugal. E que, até sábado, levará centenas de motociclistas até Albufeira, com paragem em Valverde del Fresno e Alandroal, através de estradões de terra batida, caminhos rurais e até alguns trilhos onde só de moto se consegue passar.
Uma aventura através de montes e vales que reforça a proximidade dos motociclistas com a floresta nacional. E fortalece também o compromisso assumido em contribuir para uma reflorestação cuidada e ajustada a cada local. Em Vila Pouca de Aguiar, recentemente flagelada por fortes incêndios, começou também a 6.ª Campanha de Sensibilização Reflorestar Portugal de Lés-a-Lés, com a visita de elementos da FMP à EB1 das Pedras Salgadas. Casa escolar de mais de uma centena de alunos, onde foram plantados quatro medronheiros (‘Arbutus unedo’) num projeto educativo que terá novo episódio na segunda quinzena de novembro. E numa altura mais propícia à plantação, serão cerca de 1000 as árvores autóctones das várias espécies mais adaptadas à região transmontana.
Uma ação de sensibilização junto das crianças do ensino básico que contou com a presença da presidente da Câmara Municipal de VPA, Ana Rita Dias, do diretor do Agrupamento de Escolas de VPA, Paulo Pimenta, e do presidente do Moto Clube do Corgo, Rui Ribeiro. Que reforçaram a importância desta ação que conta com entusiasmado envolvimento do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, e partilharam o desejo de ver a floresta local ser revitalizada, com espécies autóctones, através destas crianças.
Envolvimento na defesa do património natural que é ponto de honra da organização e de todos os participantes que, ao raiar do dia, arrancarão rumo a Valverde del Fresno. Um evento em modo turístico e sem qualquer espírito competitivo que contará, nesta primeira etapa, com um percurso de cerca de 340 quilómetros. Pelo caminho, as paisagens que os romanos escavaram atrás do ouro e a vista de três rios: o Tua (com direito a Oásis junto à estação da CP), o Douro (com travessia na barragem da Valeira) e o Côa. Parte do percurso que se antevê mais exigente do ponto de vista técnico e físico, antes da passagem por pistas mais rolantes e locais de grande carga histórica. De Vila Nova de Foz Côa ao Sabugal, passando por Castelo Melhor, Almendra, Castelo Rodrigo, Almeida, Castelo Mendo ou Sabugal, atravessando pelo meio a serra da Marofa.
Outra serra que espera os mais de 300 participantes que ontem cumpriram as verificações técnicas – de forma mais rápida que o esperado graças à estreia de um novo sistema de controlo eletrónico – é a Malcata. Ponto de viragem do percurso para Este, rumo à estreia internacional com destino a Valverde del Fresno. Será a primeira vez que o Portugal de Lés-a-Lés Off-Road cruza a fronteira, para ir visitar a sede da Motoval, um dos sponsors de longa data do evento e que muito tem apoiado a FMP. E de onde, na sexta-feira, arrancará a grande festa do todo-o-terreno nacional em direção ao Alandroal.
O Gabinete de Imprensa
Portugal de Lés-a-Lés
Caravana do Portugal de Lés-a-Lés Off-Road em grande diversão até Espanha
Etapa muito exigente terminou com ‘fiesta grande’
Com uma madrugada a fazer recordar os últimos dias, chuvosos e tristonhos, a saída de Vila Pouca de Aguiar acabou por revelar um clima muito mais amigável, afastando as nuvens à partida para a 1.ª etapa do 9.º Portugal de Lés-a-Lés Off-Road. Tempo algo encoberto e fresco que acabaria por atenuar as dificuldades de um percurso bastante técnico e fisicamente exigente. Ao longo de 342 quilómetros, com muitas descidas e outras tantas subidas, algumas bem complicadas, os participantes puderam deliciar-se com uma paisagem de muitos cambiantes, das florestas densas da serra de Negrelo às impressionantes minas auríferas escavadas pelos romanos em Tresminas; da espetacular descida ao Tua, com paragem obrigatória no miradouro de Ujo, à riqueza história de Castelo Melhor, Almendra, Almeida ou Sabugal.
Dia que se antevia muito exigente e que cumpriu todas as expetativas. Na memória ficarão a descida íngreme até à estação do Tua (onde a BMW assegurou o primeiro Oásis do dia) ou a interminável subida, em cascalho solto, à passagem por São João da Pesqueira, logo após a travessia do Douro na barragem da Valeira. Mas havia mais para diversão de todos os aventureiros que, uma vez mais, aderiram de forma massiva ao desafio lançado pela Comissão de Mototurismo da Federação de Motociclismo de Portugal.
E que, heróis de todos os calibres, passaram com maior ou menor dificuldade, aliviando os braços mais tarde, depois da passagem pela barragem de Catapereiro que represa a ribeira da Teja, em terrenos mais planos até Vila Nova de Foz Coa. Depois, entre vinhas quase todas vindimadas, oliveiras e amendoeiras, foi a caravana, com algum pó, até ao farto Oásis da FMP. Montado junto à Igreja Matriz de Almendra e com menu para todos os gostos: caldo verde, ovos mexidos, cachorros, bifanas e fruta variada.
Um ‘abastecimento’ que foi uma surpresa para o estreante Gonçalo Amaral que veio na companhia do irmão Salvador, mas sem o pai, Rodrigo Amaral, piloto do Dakar e presença assídua no Lés-a-Lés Off-Road. Uma queda na corrida do Nacional de Velocidade, no Autódromo Internacional do Algarve, deixou o pluricampeão nacional de todo-o-terreno com um ombro em mau estado. “Foi pena”, lamentava Gonçalo, “porque finalmente vínhamos os três para divertir-nos a fazer algo que gostamos imenso”. E, apesar de também os petizes serem pilotos de créditos firmados no TT nacional e internacional, “a verdade é que esta é uma oportunidade para fazer quilómetros sem preocupação de tempos, com a calma necessária para aproveitar o passeio e desfrutar as paisagens. Afinal está longe de ser uma corrida”, acrescentou Salvador. Que gostou do percurso e não escondeu a surpresa/admiração com “a coragem necessária, quase loucura, para passar por certos caminhos com algumas desta maxi-trails com bem mais de 200 kg”. Serenos na condução mesmo se o ritmo era bem animado, reforçaram, uma vez mais, a velha máxima de que ‘filho de peixe sabe nadar…’
Para avaliar as exigências acrescidas aos condutores dos ‘grandes mamutes’ basta pensar nos exemplos da travessia da serra da Marofa, que, mesmo sem ir ao pico mais elevado (976 metros) obrigou a subir São Marcos (855 m), Cerjal (854 m) e Serra da Vieira (879 m), ou na passagem pela serra da Malcata. Já na parte final, virando para Este rumo a Espanha, mas sem tocar em território da Reserva Natural onde se trabalha para criar as condições para a reimplantação de colónias de Lince Ibérico (Lynx Pardinus). Felino que conseguiu resistir às ameaças de extinção e deixou de ser uma ‘espécie em perigo’ para ser uma ‘espécie vulnerável’ graças à reprodução em cativeiro e aos programas de reintrodução no seu habitat natural. Existem cerca de 2000 na Península ibérica dos quais menos de 300 em Portugal segundos os últimos censos.
Sem que nenhum participante tenha avistado um lince, chegou a caravana a Espanha… quase sem dar por isso. É que a passagem da fronteira aconteceu literalmente no meio do monte, sem qualquer placa identificativa ou postos da GNR/Guardia Civil. Apenas a diferença de pisos (sim, é verdade, mesmo em caminhos de terra a diferença foi notória…) e algumas placas de ‘cotos de caza’ chamaram a atenção, como que preparando os aventureiros para desembocar bem no centro de Valverde del Fresno. Onde os espanhóis da Motoval, patrocinador do evento e da FMP, trataram de receber os mototuristas com uma ‘fiesta’ de arromba, com direito a ruas cortadas ao trânsito, bandas e DJ’s.
Vá lá que a ‘fiesta’ acabou a horas apropriadas, para que todos pudessem descansar para a ligação até ao Alandroal, com 322 quilómetros de mais diversão e desafios através das Beiras e Alentejo
O Gabinete de Imprensa
Portugal de Lés-a-Lés
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Pó alentejano não mascarou sorrisos na chegada do Lés-a-Lés Off-Road a Albufeira
Sol algarvio acolheu aventureiros em festa
Tradicionalmente marcada pelas longas retas nas planícies alentejanas, pelo calor e por algum pó, a 3.ª e última etapa do 9.º Portugal de Lés-a-Lés Off-Road foi vivida sob temperaturas frescas e até alguma chuva. Que teve o condão de eliminar o pó e facilitar a condução durante o primeiro terço da ligação entre o Alandroal e Albufeira. Sobretudo para os madrugadores que puderam divertir-se num percurso muito rolante e que só obrigou a cuidados acrescidos, por causa do pó, a partir de Viana do Alentejo.
Para começar o dia, a viagem pela N373 contou com algumas incursões pela terra para animar a manhã, para ir aquecendo o corpo num dia que nasceu fresco e bem húmido. Mas que prometia ser bem mais quente à medida que se rolava rumo a sul. E que teve também forte carga histórica, passando muito perto das ruínas da Ermida e Albergaria de Santa Marina ou do Santuário Endovélico da Rocha da Mina. Situado bem no coração do Alandroal, por entre um bosque onde os carvalhos tentam a sua sobrevivência contra a propagação progressiva dos eucaliptos. Mas também na belíssima e praticamente desconhecida Ponte dos Ouros ou o castro do Castelo Velho de Lucefecit. Marcas indeléveis da história do nosso território que são, frequentemente, desvendadas noutros eventos organizados sob a égide da Federação de Motociclismo de Portugal, como o Lés-a-Lés de estrada ou as jornadas do Troféu Nacional de Moto-Ralis.
Agora, era tempo de rolar a Sul, evitando despertar as gentes passando ao largo do Redondo, abrindo e fechando mais cancelas, voltando de novo ao asfalto até à passagem pela albufeira da Vigia, formada pela Ribeira do Alcorovisco. Daí até à belíssima Viana do Alentejo foi um saltinho que, com bênção da meteorologia, permitiu apreciar, ainda que de passagem, o castelo construído no mesmo ano (1313) em que a vila recebeu o Foral do Rei D. Dinis. Com caras cada vez mais sorridentes, os aventureiros abancaram nas margens da Albufeira de Odivelas, logo a seguir à barragem de Odivelas, para repor energias no Oásis da Honda, onde brilharam deliciosas Bolas de Berlim. Participantes mais preocupados em voltar à ação do que com a data de entrada em funcionamento da infraestrutura utilizada para irrigação a campos agrícolas, mas que tem, também, uma central de aproveitamento hidroelétrico. Que, já agora, foi inaugurada em 1972 e tem um paredão de 500 metros de comprimento e 55 metros de altura…
Uma dose de cultura geral antes da passagem ao largo de Aljustrel, com mais cancelas, e longas retas, até Grandaços, onde a FMP montou o já reputado restaurante ‘Oásis de Sonho’. Sempre com menu variado e uma equipa sempre pronta no atendimento e de simpatia transbordante. Localizada entre Castro Verde e Ourique, que é como quem diz entre as míticas ligações N2 e IC1, mesmo ao lado da A2, Grandaços ficou no coração dos participantes que decidiram parar na genuína taberna do Tio Raúl. Onde as risadas genuínas e perguntas interessadas quase faziam parar os relógios…
Mas havia que seguir, através de Ourique, infletindo para Almodôvar, mas, uma vez mais, sem perder tempo no Povoado das Mesas do Castelinho, a aldeia pré-romana perto de Santa Clara-a-Nova, fundada no calcolítico, e depois ocupada durante os períodos romano e islâmico. Conta a lenda popular que, debaixo do chão das Mesas do Castelinho viveria uma comunidade que contava com um ‘homem lagarto’ que daria sorte a quem o abraçasse!
Ao que se apurou em Albufeira ninguém avistou o ‘homem lagarto’ muito menos o terá abraçado, mas ficou confirmado que todos tiveram sorte na diversão através da serra do Caldeirão. Com passagem próxima do Alto do Malhão, ponto mítico do ciclismo em terras algarvias. Alguma dureza, mas fora de estrada, encontraram os participantes nesta fase final, apenas para criar uma dose final de animação. Assim como que em jeito de sobremesa TT, numa altura em que o calor justificava o motivo da força do turismo nesta região.
E depois de um dia muito rolante, alternando entre as planícies já desprovidas de cereal e as enormes áreas de cultura intensiva e super intensiva de olival, fizeram-se os últimos quilómetros em terra batida até às piscinas naturais da Ribeira de Alte. A partir daí, apenas asfalto, com tempo para recordar a aventura do ano na ligação até à Praça dos Pescadores. Ali, bem no coração de Albufeira, voltou a festa e os sorrisos próprios de mais um Lés-a-Lés, recuperando momentos históricos vividos em 2003, com a chegada do 5.º Portugal de Lés-a-Lés, e em 2016, com a partida da 18.ª edição. E que coroou a 9.ª edição do Portugal de Lés-a-Lés Off-Road com promessas de voltar nos primeiros dias de outubro de 2025 para a festa que assinala a primeira década da grande aventura do TT nacional.
O Gabinete de Imprensa
Portugal de Lés-a-Lés
Apresentação Oficial revelou percurso inovador, para motociclistas rijos
Aí está um Lés-a-Lés à moda antiga!
Num entusiasmante arranque oficial do 26.º Portugal de Lés-a-Lés, as centenas de motociclistas que se deslocaram à Figueira da Foz descobriram novidades que reforçaram a expetativa de uma aventura à moda antiga. Um percurso bem rijinho, pelas mais desertas estradas raianas, incluindo uma passagem de fronteira até território espanhol. E com a garantia das mais intensas paisagens, num caleidoscópio de emoções fortes entre Portimão e Penafiel, com paragens em Évora e Covilhã.
Apresentação Oficial revelou percurso inovador, para motociclistas rijos
Aí está um Lés-a-Lés à moda antiga!
Num entusiasmante arranque oficial do 26.º Portugal de Lés-a-Lés, as centenas de motociclistas que se deslocaram à Figueira da Foz descobriram novidades que reforçaram a expetativa de uma aventura à moda antiga. Um percurso bem rijinho, pelas mais desertas estradas raianas, incluindo uma passagem de fronteira até território espanhol. E com a garantia das mais intensas paisagens, num caleidoscópio de emoções fortes entre Portimão e Penafiel, com paragens em Évora e Covilhã.
Na Apresentação Oficial, no Malibu Foz Hotel, os sussurros de espanto sucederam-se à medida que o percurso ia sendo desvendado, com início natural pelo Passeio de Aventura, no dia 6 de junho. Que levará os participantes a descobrir (ou revisitar) as belezas do concelho portimonense, incluindo as praias da Rocha, do Vau e do Alvor. Arranque tranquilo, num dia que incluirá as indispensáveis Verificações Documentais e Técnicas, antes da madrugadora partida rumo a Évora. Será a primeira etapa, em cenários de beleza ímpar através da serra algarvia, cruzada de Oeste para Este e com um promissor regresso ao vale do Vascão. Repositório de tantas memórias aventureiras ao longo de um quarto de século da maior maratona motociclística da Europa.
Entre o bucolismo e o regresso à História
Desenhado através das zonas mais remotas de Portugal Continental, a grande e heterogénea caravana do evento organizado pela Federação de Motociclismo de Portugal viverá um momento alto em Mértola, com uma receção em grande festa. Momento mais bucólico no cais do Pomarão, onde o antigo local de embarque do minério oriundo das Minas de São Domingos a caminho das siderurgias servirá de palco a um inédito e surpreendente Oásis. Sítios de peso histórico também nesta edição 2024 do Portugal de Lés-a-Lés serão os regressos ao Pulo do Lobo e a Barrancos.
Tempo de matar saudades com animada paragem numa terra com um dialeto próprio e tradições muito próprias devido ao isolamento histórico. Depois de recordar a vila onde a caravana vibrou com a vitória da Seleção de Portugal por dois golos, de Deco e Cristiano Ronaldo, frente ao Irão, em jogo da fase de grupos do Mundial de Futebol de 2006, o ‘road-book’ oferecerá a possibilidade de visitar o Castelo de Noudar. Uma opção para os mais radicais, numa ligação em terra batida para visitar o Monumento Nacional que domina nas margens do rio Ardila, curso de água que acompanhará os motociclistas até Moura, apontando depois às margens do Alqueva e daí até ao centro histórico de Évora, com passagem por Reguengos de Monsaraz.
Internacionalização com música e porco no espeto
Bem no coração da cidade reconhecida pela UNESCO como Património Mundial partirá a segunda etapa, a menos dura e mais rolante ao longo de 460 quilómetros, através do Alto Alentejo, com passagem pelo Crato até Vila Velha de Rodão. Onde o renovado espaço envolvente da Torre do Rei Vamba permitirá desfrutar de espetaculares e ímpares vistas sobre as Portas do Rodão. Desta escarpa sobranceira ao Tejo e de grande importância estratégica desde o Séc. XII, há que arrepiar caminho até Tinalhas, no concelho de Castelo Branco, onde o Moto Clube local faz questão de dar a conhecer o busto que homenageia o Padre José Fernando. E que estará ao lado de outras peças em pedra, ligadas ao motociclismo, incluindo o Arcanjo São Rafael, protetor e padroeiro de todos os motociclistas, ou a homenagem ao Moto Clube de Faro.
Que deverá proteger o colorido pelotão na incursão em terras espanholas através da fronteira de Monfortinho sobre o rio Erges, para nova visita às instalações da Motoval em Valverde del Fresno. Depois de cumprimentar o representante da Dunlop que há vários anos apoia o Lés-a-Lés e onde sempre existe música e porco no espeto, o regresso a Portugal será feito por Penamacor. E com direito a receção no renovado espaço do centro histórico e no castelo.
Paragem para respirar um pouco e ganhar fôlego antes de atacar os últimos quilómetros até à Covilhã, cidade amiga dos motociclistas e que é privilegiada porta de entrada na Serra da Estrela. Na Capital dos Lanifícios, a proposta é de aproveitar o final de tarde e início da noite para apreciar a arte urbana na cidade com mais murais por metro quadrado.
Mais dureza a encerrar
Mas nada de distrações com as horas porque a terceira e última etapa do 26.º Portugal de Lés-a-Lés, mesmo sendo a mais curta com cerca de 370 quilómetros, será a mais exigente, obrigando a mais horas de condução.
Desde a saída da Covilhã até Penafiel praticamente não existe uma reta, começando por abordar as curvas que levarão até aos 1500 metros de altitude da Nave de Santo António antes da descida a Manteigas, entrando num dos concelhos com a floresta mais bem preservada em Portugal. Com o Norte no horizonte, regresso a uma estrada utilizada há 20 anos, no 5.º Lés-a-Lés, até Gouveia, desfrutando das belezas da Serra da Estrela antes da entrada no planalto beirão via Fornos de Algodres.
Com a grande aventura a aproximar-se do final, tempo para novas serranias, com passagem pelo vale do rio Távora, a descida ao Pinhão – que detém o recorde de temperatura máxima em território nacional – subida a Sabrosa, passagem por Vila Real, serra do Alvão, Lamas de Olo e Vale do Poio em direção Cabeceiras de Basto. Desta terra que sempre recebe tão bem os motociclistas, sobe-se no mapa até ao extremo norte desde Lés-a-Lés, com visita ao fabuloso parque de atividades radicais DiverLanhoso. E daí até Vizela onde o tradicional bolinhol poderá ser apreciado no jardim do Parque das Termas, criado entre 1884 e 1886 e que possui uma quantidade de árvores gigantes como nenhum outro parque ou jardim português. Verdadeiro pulmão de Vizela onde começa a ser feito o balanço de mais uma presença no Portugal de Lés-a-Lés, pensando na chegada a Penafiel depois de fazer tantas horas de condução como aquelas que nos levariam até à capital Dinamarca, Copenhaga. E, com a bênção da Senhora do Sameiro, atravessar o palanque de chegada numa edição que se antevê durinha, para motociclistas aventureiros e rijos, independentemente da máquina utilizada. É que o Lés-a-Lés volta a ser uma aventura para todas as motos, mas não para todos os motociclistas…
E se os primeiros corajosos aproveitaram a presença na Figueira da Foz para concretizar a inscrição que os colocará nos primeiros lugares da caravana, os restantes podem fazê-lo a partir do dia 26 de março e até 19 de maio, no site da Federação de Motociclismo de Portugal.
O Gabinete de Imprensa
Portugal de Lés-a-Lés
Lés-a-Lés arrancou em Portimão com visita ao palco de MotoGP
Turismo em palco de corridas!
Sol, praia, esplanadas, amigos, motos e… corridas! Assim foi o primeiro dia do 26.º Portugal de Lés-a-Lés, num ambiente relaxadamente turístico e pleno de sorrisos, descobrindo alguns dos pontos mais interessantes do concelho de Portimão. Um Passeio de Abertura que animou o programa de festas do centenário de elevação a cidade, levando os participantes a revisitar algumas das mais emblemáticas belezas locais, da espetacularidade das tranquilas paisagens das praias da Rocha, do Vau e do Alvor, com areais magníficos e águas cálidas, até à adrenalina sentida no Autódromo Internacional do Algarve.
Mesmo sem colocar os pneus pagãos em asfalto sagrado, a oportunidade única de visitar o mesmo espaço que recebe anualmente Miguel Oliveira & Companhia, deu para sentir o cheirinho das mais importantes competições do Mundo das duas rodas. Do MotoGP ao Mundial de Superbikes, que regressa a esta freguesia da Mexilhoeira Grande de 9 a 11 de agosto, e com direito a 20% de desconto nos bilhetes comprados na hora. E deu até para ver e ouvir o cantar os motores de Moto2, Stocksport 600 e Moto3, em testes de preparação para a 3.ª prova do FIM Junior GP, de 21 a 23 de junho no traçado algarvio.
Mais uma das inúmeras vantagens de participar no evento organizado desde 1999 pela Federação de Motociclismo de Portugal a que se juntam muitas outras. Como os descontos em combustíveis BP ou pneus Dunlop além, claro está, dessa oportunidade única de descobrir um País realmente ímpar, de gentes e paisagens incomparáveis, de uma fauna e flora riquíssimas, de uma arquitetura e história que a todos deve honrar. Isto, claro, sem esquecer a gastronomia, os costumes e as lendas que representam e dão alma a Portugal.
Passeio de contrastes
Um arranque tranquilo, da mesma cidade que, em 2001 assistiu à partida da 3.ª edição da aventura, então ainda no formato de 24 horas ‘non-stop’, mas sem tamanha animação e com um palanque bem mais modesto. Uma festa que começou cedo, com as indispensáveis Verificações Técnicas e Documentais, garantia que todos os participantes cumprem os requisitos legais e de segurança para andar na estrada. O palco, montado na ampla zona ribeirinha, nas margens do rio Arade, vestiu-se de cor e animação, com motos de todos os tamanhos e feitios. Das enormes Honda GoldWing ou BMW K1600 ao pelotão das pequenas cinquentinhas.
Gente destemida, com longos quilómetros de aventuras e diversão nas Casal, Famel ou Sachs, que chegou de Santo Estevão, freguesia de Benavente. Com muitos autocolantes do Lés-a-Lés comprovativos de inúmeras presenças, trouxeram, em 2024, uma equipa de 8 elementos. Menos do que o costume – em 2023 foram 25, em jeito de homenagem à 25.ª edição da grande maratona… –, mas, ainda assim, mais de metade dos ciclomotores presentes, contando com a presença do bem conhecido Rodolfo Sampaio. Ex-piloto de grande calibre no Nacional de Enduro e Todo-o-Terreno na década de 1990, com vários títulos no palmarés que arranca para o seu segundo Lés-a-Lés com a mesma pequena e curiosa ‘chopper’ Honda baseada numa Monkey. Que “depois de rolar desde Santo Estevão, e de fazer os mais de 1000 quilómetros do evento, há de regressar a casa sempre por estradas nacionais. Porque esse é o verdadeiro espírito desta aventura! Afinal, a viagem de ida para o ponto de partida e o regresso desde a cidade de chegada são parte integrante desta fabulosa passeata”, remata o sempre bem-disposto Rodolfo Sampaio.
Um passeio de inúmeras e surpreendentes descobertas. Como aconteceu no Museu de Portimão que, de forma simples e divertida, num espaço moderno, eloquente e com muita variedade, explica as várias fases históricas do concelho e os seus personagens. Espaço museológico instalado numa antiga fábrica de conservas de peixe, explicando de forma extremamente vívida os vários passos desta indústria. Desde a chegada e preparação do peixe até ao processo de embalagem. Não menos importante é a síntese do desenvolvimento social, económico e cultural das comunidades locais, começando na pré-história com um precioso diorama do monumento megalítico de Alcalar, onde passaria a caravana um pouco mais tarde. Numa viagem bem mais rápida que os seis anos que demorou a concretizar esta espetacular maqueta!
Museu que muitos viram com enorme atenção – até porque estava mais fresco do que no exterior… – aproveitando para conhecer detalhes da presença islâmica ou dos mesteres ligados à navegação e atividade piscatória, passando por uma espetacular exposição de um projeto de fotografia que documenta os locais de detenção contemporâneos chamado “The Portuguese Prison Photo Project”.
Desafios para todos os gostos
Um desafio que muitos dos participantes aceitaram, bem mais do que aqueles que responderam positivamente ao desafio lançado pelo ‘road-book’ de passear, a pé, pela Paisagem Protegida da Ria de Alvor e descobrir a fauna e flora de uma lagoa alimentada por 4 ribeiras (Odiáxere e Arão, Farelo e Torre). Mas o tempo quente e abafado tornava-se mais apelativo para momentos de relaxe, desfrutando calmamente de uma refeição numa das muitas esplanadas na vila piscatória de Alvor. Ganhando apetite para a travessia da freguesia da Mexilhoeira Grande rumo ao Autódromo Internacional do Algarve, onde foi possível sentir a adrenalina da competição, antes de visitar outro ponto de interesse, bem mais antigo e de uma monumentalidade diferente. A composição megalítica de Alcalar foi, há cerca de 5000 anos, parte integrante de um amplo povoado que era lugar central do território que vai da Ria de Alvor ao sopé da Serra de Monchique.
Visitado que estava o destaque histórico do dia, tempo para regressar à casa de partida, em plena zona ribeirinha de Portimão, fazendo nova travessia do Rio Arade. Isto já bem perto da foz onde termina o trajeto de 75 km desde a nascente na zona do Malhão, em plena serra do Caldeirão, de um rio que foi de grande importância na época dos Descobrimentos, quando era navegável até Silves. O mais importante curso de água do Barlavento Algarvio e o segundo rio de maior caudal, depois do Guadiana, divide a serra xistenta do barrocal calcário e tem uma fauna e flora riquíssima e muito diversificada, ao longo dos sapais onde existem inúmeras áreas de nidificação.
Voltinha curta mas recheada que terminou com o jantar servido no moderno espaço multifuncional criado na Antiga Lota de Portimão, mesmo junto à Ponte Velha, no final de um dia longo, iniciado com as Verificações Técnicas, que tanta animação gerou na zona ribeirinha do Arade. E de onde arrancarão os aventureiros na madrugada de sexta-feira, a partir das 6 horas, rumo a Évora, numa tirada longa de 460 quilómetros, com 10 horas de condução para atravessar a serra algarvia de oeste para este, subindo depois rumo ao Alentejo sempre na zona raiana. Dia de paisagens variadas e muitas curvas onde não faltam vários Oásis para ir repondo as energias.
O Gabinete de Imprensa
Portugal de Lés-a-Lés
Portugal Lés-a-Lés levou caravana de Portimão até Évora em dia excelente para a prática da modalidade
Políticos, campeões e outras lendas
É do mais eclético que se possa imaginar a caravana do 26.º Portugal de Lés-a-Lés. Como a de todos os anos, aliás! Entre as muitas e muitas centenas de motociclistas que ligaram Portimão a Évora, num dia bafejado por uma meteorologia excelente para o turismo sobre duas rodas, havia gente de todo o País e com todos os níveis de experiência. Incluindo muitos estreantes na grande maratona organizada, desde 1999, pela Federação de Motociclismo de Portugal. Mesmo se alguns destes novatos contam com imensa experiência na condução de motos… de corridas.
É o caso de Miguel Praia que, depois de títulos nacionais de velocidade e da presença durante várias épocas no Mundial de Superbikes e Supersport, estreou-se, finalmente, no maior evento mototurístico da Europa. “Há mais de 20 anos que queria fazer o Lés-a-Lés e, este ano, a sair literalmente da porta de casa, não podia deixar de participar. Finalmente os astros alinharam-se e foi possível marcar presença, aproveitando esta parceira com a Yamaha que cedeu uma Teneré 700. As crianças ficaram com a avó e aproveitamos para uma verdadeira lua-de-mel”, contava na chegada a Évora um sorridente Praia. A quem bastou o primeiro dia para bater o recorde de distância alguma vez percorrida numa moto de estrada. Num percurso que considerou “super divertido até Mértola, com curvas em bom piso, antes de uma parte menos interessante na passagem das longas retas alentejanas”.
Depois de receber todos os participantes no Passeio de Abertura no Autódromo Internacional do Algarve, o ex-piloto de Albufeira equipou-se a rigor e fez-se à estrada. Com o cunhado como companheiro de equipa e as esposas à pendura. Bruno Correia, que é outro nome lusitano em destaque no desporto motorizado mundial, conduzindo o Safety Car do Mundial de Fórmula E e o Medical Car da Fórmula 1.
No Lés-a-Lés viveu uma experiência bem diferente. “Muito divertida e felizmente com uma moto que permitiu fazer os vários caminhos de terra sem dificuldade de maior”. Verdadeiras autoestradas não pavimentadas que, apesar do natural inconveniente de criar algum pó, permitiram aos participantes molhar um bocadinho dos pneus na travessia do quase seco rio Vascão – onde o Moto Clube de Albufeira picava as tarjetas enquanto as já famosas vaquinhas faziam a festa aos que passavam –, mas também nos desvios opcionais ao Pulo do Lobo ou ao Castelo de Noudar.
Das pistas aos campeonatos turísticos
Dono de longa e profícua carreira no motociclismo desportivo é também Alexandre Laranjeira, uma das figuras incontornáveis no Nacional de Velocidade nos anos de 1980 e ’90. No seu palmarés destacam-se dois títulos de Campeão Nacional, em 1988 e 1991, a vitória na classe SBK no GP de Macau e o 4º lugar nas 24 Horas de Liége, na pista de SPA Francorchamps. Entre 1991 e 1996 conquistou 35 vitórias em SBK e, em tempo de reforma ativa – ainda faz uma perninha nas pistas portuguesas… - não perde uma oportunidade para voltar ao evento que atravessa um País que diz “descobrir a cada viagem”. Reconhece que ficou “completamente viciado no Lés-a-Lés após a primeira experiência e esta já é a quarta presença”. Este ano, com uma Benelli 702 TRK, descobriu mesmo uma terra com o seu nome: a pequena aldeia de Laranjeira, no concelho de Loulé. A primeira de várias árvores de fruto atravessadas ao longos dos 460 quilómetros entre Portimão e Évora, seguindo-se os lugares de Pessegueiro, Pereirão ou Figueira.
Curiosamente este Lés-a-Lés marcou a estreia em solo nacional de um potencial campeão. Ou melhor, de um forte candidato à sucessão do português José Fonseca como vencedor individual do FIM Touring World Challenge. Isto num campeonato onde o Moto Clube do Porto arrisca a conquista do pentacampeonato no capítulo coletivo.
O italiano Moreno Crestale, recém-chegado das provas da Suíça (20.000 Lieux Sur Les Mers) e Lituânia (Bikers Night), onde se cruzou com muitos portugueses, sofreu um pouco nos pisos de terra com a imponente Honda Gold Wing, mas adorou o encontro com a “Bianka das Neves e os 7 morcões mineteiros” no controlo criado pelo MCP na passagem de um túnel junto ao antigo cais do Pomarão. Onde o moto clube local, Falcões das Muralhas, fez questão de franquear as portas da sua sede para dar a provar doçaria regional e matar a sede num dia que começou fresco mas aqueceu à medida que o trajeto desviava para norte, chegando aos 30 graus na zona da Amareleja. Tempo bem fresco para uma das localidades mais quentes de Portugal e onde o Lés-a-Lés já passou com 47º!
Presença de moto clubes ao longo do percurso que é verdadeiramente imprescindível, contribuindo com simpatia e boa disposição, além de ajudar a reconfortar os estômagos. Como aconteceu também em Barrancos, onde Os Pata Negra serviram, com a ajuda empenhada da vice-presidente da autarquia local, Cláudia Costa, mais de 1700 sandes de porco preto assado no espeto. Visita que, durante algum tempo, mais que duplicou o número de almas de um concelho que conta 1300 habitantes.
O lendário porco preto, a que juntou o não menos lendário presunto transmontano fatiado em Mértola por um animado grupo de barcelenses, devidamente identificados com peluches do tradicional galináceo que dá corpo à famosa lenda do peregrino salvo pelo cacarejar do galo assado.
De olhos postos na Estrela e nas eleições
Assim, passada a grande azáfama do primeiro dia, o Lés-a-Lés fez-se à estrada para cumprir a ligação entre Portimão e Évora, num dia que, felizmente, não cumpriu as previsões de um calor abrasador. E que etapa esta, com 10 horas de condução através cenários de beleza ímpar pela serra algarvia, cruzada de Oeste para Este. Ainda com Portimão a encher os retrovisores, bastaram pouco mais de uma dezena de quilómetros para começar o festival de curvas através da serra de Monchique. E tão animado ia o pelotão que quase nem reparava no passadiço do Barranco do Demo com a sua espetacular ponte suspensa na ligação entre a aldeia de Alferce e o Castelo, com mais de 50 metros de comprimento e construída a 20 metros do solo. Ficou, a visita, para outra ocasião, quando houver tempo suficiente para levar de vencida os cerca de 7 quilómetros (para cada lado…) e os mais de 500 degraus que sobem serra acima e descem cerro abaixo. Era tempo de seguir viagem e aproveitar as muito panorâmicas curvas sobre a Ribeira de Odelouca. Cujas águas ajudariam, mais à frente, a lavar o pó acumulado nos primeiros 500 metros em terra batida, logo após a passagem em São Marcos da Serra, que muitos conhecem vista de fora, do IC2, nas idas e vindas pela nacional ao Algarve, mas poucos tinham alguma vez visitado.
Como foi o caso dos ex-deputados Rodrigo Ribeiro e Miguel Tiago, presenças assíduas na última década do passeio, divertidos com a condução exigente até Mértola e aproveitando todas as paragens para colocar a conversa em dia. É que, apesar das cores políticas bem diferenciadas, a paixão pelas duas rodas criou laços entre os dois que, “com muita pena de ambos”, vão-se separar a meio da segunda etapa. Isto porque Tiago, do PCP, estará no apoio às mesas de voto do distrito de Setúbal nas eleições para o Parlamento Europeu, tendo que regressar a casa mais cedo. Ato eleitoral que levou o advogado ‘laranja’ a pedir o voto antecipado “para poder fazer tranquilamente toda a viagem até Penafiel”.
E porque os motociclistas são previdentes, nunca deixando para amanhã o que podem fazer hoje, a maioria exerceu já o dever cívico, votando de forma antecipada, como aconteceu com o presidente da Direção da Federação de Motociclismo de Portugal, Manuel Marinheiro. Que, assim, não gastará o dia em reflexão pré-eleitoral, antes desfrutando do trajeto de 460 quilómetros entre Évora e a Covilhã. Percurso pensado para proporcionar 9 horas e 40 minutos de estradas variadas, bem como inúmeras descobertas de imponência paisagística, histórica e arquitetónica.
O Gabinete de Imprensa
Portugal de Lés-a-Lés
Portugal Lés-a-Lés leva ‘fiesta’ mototurista bem para lá das fronteiras
Quando as promessas são cumpridas!
Numa verdadeira ode ao mototurismo, a 2.ª etapa do 26.º Portugal de Lés-a-Lés, a mais longa de 2024, levou uma caravana muito heterogénea de Évora à Covilhã, num dia marcado pelo cumprimento de várias promessas. Desde logo pela anunciada diversão ao longo de um pouco mais de 400 quilómetros de estradinhas de deliciosa condução, mas também pela expetativa gerada pelo clima. O céu plúmbeo, de um tom de cinza intimidatório, esteve todo o dia no horizonte dos aventureiros, mas a ameaça não se cumpriu e apenas umas pingas de chuva, já com a serra da Estrela à vista, levaram alguns impermeáveis a sair das malas.
Nada que tenha importunado os sempre precavidos motociclistas que, desde a fresca e madrugadora saída da Arena D’Évora rodaram sob agradáveis temperaturas primaveris, rondando os 20º C durante quase todo o dia. Jornada menos dura e mais rolante do que na véspera, com ‘apenas’ 9 horas e meia de condução, através do Alto Alentejo, com passagem pelo Crato até Vila Velha de Rodão. Despedida sentida, rodeando as muralhas da cidade reconhecida pela UNESCO como Património Mundial, rumo à rápida e ondulante N18, entre sobreiros, cedros e azinheiras, olhando de soslaio sobre Évoramonte, Estremoz, Sousel, Fronteira e Alter do Chão com o seu belo castelo.
Viagem que começou com uma paisagem mais verde do que o normal para esta época do ano, graças às chuvas tardias e onde a neblina matinal quase encobria um facto extremamente curioso. É que a mais antiga moto presente no evento organizado pela Federação de Motociclismo de Portugal fumegava um pouco mais do que o costume. A indestrutível Jawa 250 Perak, fabricada em 1952 na ex-Checoslováquia, estava a consumir… gasóleo! Uma distração do sempre confiante Hélder Alves que, na 12ª presença no Lés-a-Lés aos comandos da Jawa garantiu que “não seria por utilizar um combustível diferente que a moto ia ficar pelo caminho”. E, a verdade, é que não ficou, prosseguindo viagem rumo à ‘Manchester portuguesa’ não sem antes parar na pequena e bonita aldeia de Flor da Rosa.
Onde a BMW Motorrad proporcionou um reforço do pequeno-almoço, comido ali, nos relvados debruados de casinhas brancas e amarelas, ou esticando as pernas na visita ao paço e antigo convento, transformado em Pousada da Flor da Rosa.
Arquitetura para todos os gostos
No entanto, era desaconselhado gastar demasiada concentração com a mistura arquitetónica deste edifício, que junta necessidades religiosas, civis e militares, em estilos tão diversos como o gótico, manuelino, mudéjar, renascentista e contemporâneo. É que a excelente estrada até ao Tejo tinha muitas e boas curvas, com os níveis de adrenalina a serem repostos um pouco depois de Vila Velha do Rodão, no Oásis da Honda, num belo jardim junto ao rio e com vistas sobre as Portas do Rodão.
Paragem retemperadora antes de seguir viagem até ao renovado espaço envolvente da Torre do Rei Wamba, onde as espetaculares vistas sobre as Portas do Rodão ficaram algo encobertas pelas nuvens que teimavam em esconder o sol. Junto à fortificação criada para impedir invasões – mas que não chegou para parar os franceses em 1807 – os Motards do Ocidente deram um ar da sua graça, recordando a lenda da maldição lançada pela condenada mulher do rei visigótico, morta atada a uma pedra de mó lançada pela colina abaixo.
Paródia que teve de ser explicada calmamente e com alguma mímica a Pierluigi Uberti e Antonella Barone, um casal de italianos, apaixonado pelo nosso País e que, há 5 anos, trocaram a Itália natal por Portimão. Ávidos por descobrir as paisagens e histórias de Portugal, descobriram o Lés-a-Lés em 2023 e, entusiasmados, repetiram agora a dose. Felizes por haver sempre alguém que ajuda a decifrar as lendas e costumes, mas também com o novo ‘road-book’ eletrónico DMD2. Inovação tecnológica que, sem abdicar de todas as informações que criaram a fama destes livrinhos de itinerários durante 25 anos, facilita a navegação.
“Agora tudo é muito mais fácil, indicando os quilómetros até ao ponto seguinte, enquanto com o papel era tudo complicado, um verdadeiro stress”, conta Pierluigi. Que acrescenta que “apesar de alguma confusão do próprio sistema quando os caminhos se cruzam ou sobrepõem, criando informação de erros onde estes não existem, a verdade é agora a pendura pode apreciar a paisagem tranquilamente e divertir-se”. Diversão que haveriam de viver de forma intensa um pouco mais à frente no percurso.
Homenagens eternizadas em granito
Da escarpa sobranceira ao Tejo e de grande importância estratégica desde o Séc. XII, houve que arrepiar caminho até Tinalhas, através de bem asfaltadas estradas. Já no concelho de Castelo Branco, na pequena aldeia com cerca de 500 habitantes, os 30 sócios do grupo Motard D’Atestar mostraram a forte ligação ao motociclismo, perpetuada no granito, seja na homenagem ao Padre José Fernando ou na interpretação do Cumprimento Motard como no Arcanjo São Rafael, protetor e padroeiro de todos os motociclistas.
Uma receção simplesmente fabulosa onde não faltou enorme animação, reforçada pela presença do grupo Trotto Saltarello, interpretando novas variantes, bem modernas, da música medieval, juntando instrumentos de cordas, sopro e percussão. Festa a que se associou a NEXX, com divertido jogo de argolas, onde a pontaria mais certeira era premiada com golas ou t-shirts, revelando inusitadas estratégias para enfiar os aros nos respetivos pinos. E houve também lugar a reparações de fortuna em alguns dos capacetes fabricados na Anadia, com disponibilização de viseiras, parafusos, forros e outras peças.
Presença que não passou despercebida em Tinalhas foi a do presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco. “Agradavelmente surpreendido pelo dinamismo e dimensão do Portugal de Lés-a-Lés”, Leopoldo Martins Rodrigues garante a continuidade da colaboração com o GM D’Atestar, “ligação muito interessante, com pessoas que gostam de motos e da sua terra e que vêm valorizando Tinalhas ao longo dos anos”. Para o autarca, “esta passagem do Lés-a-Lés foi um desafio ganho, mas existem outras ideias e projetos. Estão a ser procuradas as condições para que, numa próxima edição, seja possível pernoitar em Castelo Branco de modo a termos uma presença ainda maior e mais forte desta família motociclística”.
Entre o divino e o profano
Proteção divina, esta da estatuária de Tinalhas, que levou em segurança total o colorido pelotão na incursão em terras espanholas através da fronteira de Monfortinho sobre o rio Erges, depois de passar Zebras e Orca, mas também Monsanto e Penha Garcia, com referência obrigatória às filmagens do ‘blockbuster’ Guerra dos Tronos: Casa do Dragão. Já do lado de lá, através de uma estrada de excelente asfalto, grande diversão pela Serra da Gata, atravessando as ruelas mais estreitas de Cilleros, mas sem tempo para dar ouvidos ao ‘road-book’ que encorajava uma escapadinha a San Martin de Trevejo, pitoresca aldeia de arquitetura medieval.
O tempo era necessário para visitar as instalações da Motoval em Valverde del Fresno, onde foram manifestamente cumpridas as promessas de ‘una gran fiesta’. Depois de cumprimentar o representante da Dunlop que há vários anos apoia o Lés-a-Lés e assistir a uma tão divertida quanto desajeitada demonstração de dança sevilhana, o regresso a Portugal foi feito por Penamacor.
Que necessitou de alguma ginástica para acolher a passagem da grande caravana no renovado espaço do centro histórico e no castelo de Penamacor. Onde, além do último Oásis do dia, estava prometida a grande aventura, numa descida de três minúsculos degraus de pedra após a panorâmica volta ao castelo na Vila do Madeiro.
Paragem para respirar um pouco antes de atacar os últimos quilómetros novamente pela N18 até à Covilhã, cidade muito amiga dos motociclistas e que é privilegiada porta de entrada na Serra da Estrela. Com passagem no local da concentração invernal dos MC da Covilhã Lobos da Neve e no maior cerejal do País, com as mais de 50 mil cerejeiras da Quinta das Rasas. Cujas cerejas foram oferecidas no palanque final, junto ao Estádio Municipal José dos Santos Pinto, também local para um jantar extremamente agradável. Cuja digestão foi feita, por alguns dos mototuristas, com um passeio pela Capital dos Lanifícios, aproveitando o final de tarde e início da noite para apreciar a arte urbana na cidade com mais murais por metro quadrado.
Últimos momentos de descontração no 26.º Portuga de Lés-a-Lés antes da última etapa que levará os resistentes desde a Covilhã até Penafiel, numa tirada longa e muito exigente, com uma média horária que será muito baixa. Mas onde as paisagens e muito motivos de interesse ajudarão a superar o esforço que se exige numa verdadeira aventura. Uma aventura à moda antiga…
O Gabinete de Imprensa
Portugal de Lés-a-Lés
Lés-a-Lés garantiu ‘maioria absoluta’ numa das melhores edições de sempre
Poetas e lobos em capítulo de final feliz
Em dia de eleições para o parlamento comunitário, foram os cidadãos europeus presentes no 26.º Portugal de Lés-a-Lés os grandes ganhadores. Vitória esmagadora que valeu maioria absoluta no capítulo da diversão como no gozo na condução, do usufruto das paisagens aos locais visitados. E numa jornada que ligou a Covilhã a Penafiel, ao longo de pouco menos de 400 quilómetros, ficam na memória as receções fabulosas com que foram brindados os participantes. Muitos portugueses, mais de 1500, a que se juntaram espanhóis, suíços, belgas, franceses, alemães, italianos, lituanos, brasileiros e indianos. Bafejados por um clima ameno, sem o calor intenso ou as grandes chuvadas dos últimos anos.
Os sorrisos rasgados na chegada ao último dos palanques, emoldurado por enorme multidão, foram a prova mais evidente do estrondoso sucesso da aventura organizada Federação de Motociclismo de Portugal. Mas o empenho exigido por mais de 11 horas de condução também estava bem visível! Aliás, o aviso estava escarrapachado logo na primeira das 20 páginas do ‘road-book’ da 3.ª etapa. Não deixava grande margem para dúvidas e deveria ser levado muito a sério! Assim, como que cumprindo o dito popular de que o ‘rabo é o pior de esfolar’, o remate deste Lés-a-Lés obrigou a trabalhos forçados, num percurso lindíssimo, mas praticamente sem uma reta para descansar os braços.
Arredondar pneu foi o lema do último dia da maratona mototurística e os elementos da Comissão de Mototurismo não deixaram créditos por mãos alheias. Desde bem cedo, logo na travessia do mais imponente maciço montanhoso do território continental, a caravana começou por abordar as curvas até aos 1500 metros de altitude da Nave de Santo António, o ponto mais alto deste Lés-a-Lés. Um até já aos Lobos da Neve, recordando o local onde foram feitas as primeiras concentrações covilhanenses antes ainda do nascimento do Moto Clube da Covilhã, no Sanatório dos Ferroviários, criado para mitigar os efeitos da tuberculose nos trabalhadores dos caminhos de ferro. Agora transformado em elegante e acolhedora Pousada que viu os mototuristas passarem rumo a Manteigas, entrando num dos concelhos com a floresta mais bem preservada em Portugal, onde não faltam teixos, castanheiros, faias, plátanos, lariços-europeus e cedros-do-Oregon.
Para fugir à confusão gerada pelas obras na N338, a conhecida estrada do Vale Glaciar, a opção passou por um caminho não asfaltado, sem pó e com boa tração, obrigando apenas a velocidades ligeiramente mais reduzidas mas que permitiram apreciar mais serenamente paisagens de cortar a respiração. A Estrela continua a surpreender mesmo aqueles que por lá passaram muitas vezes, incluindo os que já conheciam a espetacular cascata do Poço do Inferno. Onde as águas da ribeira de Leandres se despenham numa queda de mais de 10 metros pelas corneanas, essas formações rochosas criadas pelo contacto da água ao longo de milhares de anos. E cuja beleza mais evidenciou a estreiteza do local, criando um engarrafamento digno da hora de ponta de qualquer grande cidade.
O dia de todos os lobos
Daí até Manteigas, foi um instante para aproveitar a frescura do rio Zêzere, no Parque da Várzea, ainda nos primeiros dos mais de 200 km quilómetros da sua caminhada até ao Tejo, onde desagua próximo de Constância. É o segundo maior rio nascido em território português, após o Mondego, curiosamente cruzado poucos quilómetros depois, e alimenta três barragens de elevada produtividade energética. E onde um dos quatro totalistas, com presença carimbada nas 26 edições, o ex-autarca de Lamego, Ângelo Moura, fez um balanço sucinto, mas extremamente esclarecedor. “Esta foi a melhor edição da última década e, talvez, uma das melhores de sempre. O percurso escolhido foi fabuloso e o tempo ajudou e muito!”
Meteorologia que não podia ser melhor para a prática da modalidade, com temperaturas a rondar os 20º C durante o dia, ainda que ligeiramente mais frescas no arranque madrugador da Covilhã. Com o Norte no horizonte, assinalou-se o regresso a uma estrada utilizada há 20 anos, no 5.º Lés-a-Lés, até Folgosinho, desfrutando das belezas da Serra da Estrela antes da entrada no granítico planalto beirão via Fornos de Algodres. Um sobe-e-desce numa estrada de asfalto a brilhar de novo e com mais paisagens deslumbrantes, entrecortado pela despedida aos entusiastas elementos do MC Covilhã Lobos da Neve. Que, para pastores experimentados, mostraram alguma falta de jeito, tendo perdido o rebanho algures nas serranias…
Continuando envolvido por uma paisagem de bucolismo reforçado por algum nevoeiro, entre verdejantes pastagens e o cinzento granítico, o pelotão encontraria, logo de seguida, dois marcos importantes desta tirada: a divertida Estrada das Beiras (N17) e, de novo, o rio Mondego. Para, por entre aldeias briosas pontilhadas por casas de pedra de aspeto senhorial, encontrar o mais rápido caminho para Aguiar da Beira. Vila de grande imponência história, onde não faltam pelourinhos, torres ameadas ou a torre do relógio além da igreja da Senhora da Lapa e a frincha entre dois penedos onde só cabe quem não tenha cometido pecados. Que, acabou por não ser visitada, obrigando a um ligeiro desvio que acabaria por ser aceite pelos mototuristas. Afinal, o Oásis instalado em Moimenta da Beira, Capital da Maçã de Montanha e terra de adoção de Aquilino Ribeiro.
Junto ao grupo escultórico que homenageia o escritor nascido em Sernancelhe (Viseu) e que aos 10 anos foi viver na aldeia moimentense de Soutosa, o pelotão foi surpreendido com uma enorme festa mesmo em frente aos Paços do Concelho. Onde nem faltaram os grupos de concertinas Vale do Távora e a Orquestra CemNotas para animar o grupo antes da descida panorâmica para Tabuaço, descobrindo as primeiras vinhas da mais antiga região demarcada vitivinícola do Mundo. E onde alguns motociclistas ficaram presos pela passagem do pelotão de ciclismo profissional que por ali disputava o Grande Prémio do Douro Internacional. Mas podem ficar contentes porque protagonizaram uma verdadeira estreia. É que esta foi a primeira vez, em 26 anos sublinhe-se, que o Lés-a-Lés foi parado por uma corrida de bicicletas!
Escritores e eleitores… em mobilidade
Com a grande aventura a aproximar-se do final, tempo para novas serranias, com a descida até vale do rio Távora, para o Oásis em Tabuaço. Onde mais música, desta feita com o grupo de concertinas de Távora, animou o bailarico, rápido mas intenso. Porque havia que continuar a descida ao Pinhão, aproveitando apenas 3,4 km de N222 mas exatamente no sítio mais interessante do ponto de vista paisagístico. E ali registaram-se, sem grande surpresa, as temperaturas mais elevados do dia, ainda assim com frescos 27.º C, bem longe dos 47,5.º C que valem o recorde de temperatura máxima em território nacional.
Mas o Portugal de Lés-a-Lés não vive só de paisagens e trata de evidenciar o lado cultural do nosso País. Assim, depois de José Saramago, em 2023, e de Aquilino Ribeiro em Moimenta da Beira, viria ainda a homenagem a Miguel Torga. Na subida a Sabrosa, com paragem no miradouro com o nome do autor, de onde é possível desfrutar de uma vista excelente sobre a Foz do Pinhão, e logo de seguida em São Martinho de Anta, terra do médico-escritor. E onde alguns participantes foram à Junta de Freguesia para exercer o seu dever cívico, fazendo uso da possibilidade de voto em mobilidade para as Eleições Europeias.
Rumo a novas serranias, a caravana atravessou Vila Real, em passo de corrida, mas com tempo para vislumbrar a montagem do famoso Circuito Internacional, que, no último fim de semana de junho, recebe a 52ª edição das corridas de automóvel. Sem tempo a perder, seguia-se a Serra do Alvão, onde o nevoeiro roubou alguma da espetacularidade do Parque Natural, mas criou um ambiente místico patana passagem por Lamas de Olo, ajudando a perceber o que são os lameiros, não terrenos cheios de lama, mas sim prados irrigados com engenhosa rede de distribuição de água para rega, impedindo a formação de gelo.
Procissões e outras aventuras radicais
Mas o Portugal de Lés-a-Lés é uma verdadeira caixinha de surpresas e os imprevistos, mesmo os bem organizados, podem acontecer ao virar qualquer curva. Ou mesmo numa reta! Como ter a estrada cortada por uma procissão dedicada a São Galo, organizada pela Comissão de Festas dos Moto Galos de Barcelos, contando com a presença de sua Eminência, o Bispo, e com música a condizer. Um espetáculo de imaginação e empenho dos moto clubes que reforça o caráter único do Portugal de Lés-a-Lés, criando forte animação onde menos se espera. E que, além de saciar o apetite os estômagos, alimentam a alma com enorme animação.
A comida, essa estava mais à frente, em Cavez, com Oásis montado nas margens do Tâmega, exatamente onde desagua o a afluente ribeira de Moimenta. As bifanas e a prova de vinho verde (só uma amostra, como convém a quem conduz!) reforçaram o ânimo para seguir viagem pela excelente N205, rumo à Póvoa de Lanhoso ao extremo norte deste Lés-a-Lés. Pelo meio, poucos foram os que repararam, à passagem por Rossas, num dos mais antigos museus nacionais dedicados à história das duas rodas e que merece uma visita.
Que ficou para próxima ocasião porque, agora, estava marcada a visita ao fabuloso parque de atividades radicais DiverLanhoso, espaço com 170 hectares de área e um ‘slide’ de 350 m. Que ninguém pôde experimentar, até porque mais uma dose de adrenalina aos participantes no Lés-a-Lés poderia deixar marcas…
Bombeiros na festa do castelo e ajuda divina
Com Penafiel cada vez mais perto, a passagem por Guimarães revelou outro momento alto desta edição do Portugal de Lés-a-Lés. É que, se fora de casa Os Conquistadores fazem o que fazem, com inesquecíveis controlos, era fácil adivinhar a dimensão da festa dentro de portas. Uma simples fotografia com o castelo como pano de fundo foi suficiente para montar uma enorme festa, com toda a corte real e um presidente (Gaspar Marques) disfarçado de cavaleiro do reino. Às fotografias e à música acompanhada pelas damas da corte, juntou um camião-grua dos bombeiros, chamados de urgência para salvar… um 'drone’. Obra e graça do cidadão brasileiro Lucenildo Alexandre Azevedo que, a cumprir a estreia no evento, queria registar tudo até ao mais ínfimo pormenor. Verdadeiramente eufórico, garantiu que vai voltar “depois de legalizar a Triumph Tiger 1200 que trouxe do Brasil, em 2019”. Cuja matrícula dava bem nas vistas, até pela raridade face às espanholas, francesas ou outras...
E que, tal como muitos dos estrangeiros presentes, ficou espantado com receções como a que aconteceu em Vizela. Onde descobriu o sabor do tradicional bolinhol, oferecido no jardim do Parque das Termas, criado entre 1884 e 1886 e que possui uma quantidade de árvores gigantes como nenhum outro parque ou jardim português. Verdadeiro pulmão da cidade (desde 1998) que é Rainha Termal de Portugal, cujas termas remontam ao tempo dos romanos e onde começou a ser feito o balanço de mais uma presença no Portugal de Lés-a-Lés, pensando na chegada a Penafiel depois de fazer tantas horas de condução como aquelas que dariam para chegar até à capital Dinamarca, Copenhaga. E, com a bênção da Senhora do Sameiro, atravessar o palanque de chegada numa edição que cumpriu as promessas de exigência, para motociclistas aventureiros e rijos, independentemente da máquina utilizada. É que o Lés-a-Lés continua a ser uma aventura para todas as motos, mas não para todos os motociclistas… A prova mais evidente é que os participantes aproveitaram mais do que nunca, os serviços da equipa Osteomotus para colocar os músculos no sítio e garantir uma viagem tranquila até casa. Que só aí termina a grande aventura!
O Gabinete de Imprensa
Portugal de Lés-a-Lés
Final em festa do Portugal de Lés-a-Lés Off-Road
Pelo prazer de superar desafios
De Penafiel a Portimão foram 906,5 quilómetros de aventura e camaradagem, de descoberta e superação, de prazer de condução e boa disposição. Vivências que tornam cada final do Portugal de Lés-a-Lés Off-Road num momento de sensações fortes e sentimentos contraditórios. A chegada ao panque final, no término da grande aventura gizada pela Federação de Motociclismo de Portugal é, para todos, um instante de festa. Que, passados poucos minutos, se transforma numa sensação de estranho vazio, sabendo que ainda falta um ano até à próxima edição. É assim desde há 8 anos e, em 2023, repetiu-se o filme, com protagonistas que enfrentaram calor e pó, algum frio matinal e até umas quantas gotas de chuva, os pisos de pedra nas serras do norte e centro do País e os mais rápidos troços arenosos do Ribatejo, até ao emaranhado de caminhos da serra algarvia.
Portugal de Lés-a-Lés Off-Road arranca amanhã em defesa da floresta
O passeio de todos os campeões
São dezenas de títulos nacionais nas mais diversas modalidades e muitas as vitórias em palcos mundiais que ressaltam na recheada lista de participantes no 8.º Portugal de Lés-a-Lés Off-Road. Que longe de ser uma competição é, tão somente, um passeio mototurístico que vai ligar, até dia 4, quarta-feira, Penafiel a Portimão, com paragens na Figueira da Foz e Estremoz. Cerca de 900 quilómetros por alguns dos mais bonitos trilhos em fora de estrada, entre vinhas e olivais, soutos e carvalhais, por serras e vales. Ex-pilotos que não resistem, a cada ano, ao desafio lançado pela Federação de Portugal de Motociclismo para juntarem-se a centenas de outros motociclistas num evento turístico que oferece uma oportunidade única de descobrir o nosso País fora dos trajetos convencionais.
E essa é mesmo a grande motivação de ‘Kees’ van der Ven, um neerlandês que foi uma das grandes figuras do motocross mundial nas décadas de 1980 e ’90. Nascido em Bakel, uma pequena vila no sul dos Países Baixos, a poucos quilómetros de Eindhoven, van der Ven, mudou-se em 2015 para Louriçal, uma vila no concelho de Pombal com dimensão semelhante à sua terra natal. “Poder andar de moto no monte com mais facilidade foi um dos principais motivos da mudança, além de Portugal ter bom tempo, boa comida e muito sol”. Mas para o senhor Cornelius Egidius Maria van der Ven esta será, aos 66 anos, uma oportunidade única para conhecer o País de uma forma diferente.
Com 17 triunfos em provas do Mundial de Motocrosse de 125, 250 e 500 cc, terminou por 6 vezes entre os três primeiros do Campeonato do Mundo das três classes e ganhou em cinco ocasiões a mais mítica corrida em pisos de areia, o Enduro de Le Touquet. Tamanho palmarés que, para lá da experiência de condução, de pouco contará para o Portugal de Lés-a-Lés Off-Road. “O primeiro objetivo é mesmo a diversão com um grupo de amigos, incluindo o Gilberto (Jordão) que deu a conhecer este evento e desafiou-me para estar presente. Quanto ao resto, do percurso ou paisagens não sei o que esperar”.
Muita água na bagagem e árvores para reflorestar Portugal
Claro que poderia sempre pedir umas dicas aos laureados Paulo Marques, Miguel Farrajota, António Oliveira ou Bernardo Villar, participantes assíduos da grande travessia do mapa nacional por estradões de terra batida, travessias a vau e alguns caminhos de cabras. Pilotos de renome, todos com muitos títulos nacionais, que marcaram presença nas Verificações Técnicas, no Pavilhão de Feiras e Exposições de Penafiel, espaço habituado a receber grandes eventos como é o caso da Agrival, uma das maiores e mais importantes feiras agrícolas do País. E de onde, amanhã bem cedo, começarão a partir as mais de 300 motos, organização incluída, rumo à Figueira da Foz, num dia que se prevê extremamente quente, com pisos duros e muito pó, com a Organização aconselhar os participantes à ingestão de muita água.
Primeira etapa que vai terminar na marginal figueirense (Av. de Espanha) mesmo junto ao Forte de Santa Catarina, a partir do meio da tarde. Antes disso, porém, por voltas das 11.30 h., tempo para dar continuidade à 5.ª campanha Reflorestar Portugal de Lés-a-Lés, com a plantação de dois carvalhos na Escola EB 1 das Abadias, em cerimónia que contará com o apoio de mais de 70 alunos do 3.º e 4.º ciclos. Iniciativa que visa alertar para a necessidade de revitalização da floresta portuguesa, extremamente flagelada pelos fogos nos últimos anos. Ação de sensibilização que se diferencia pela aposta em reabilitar a floresta da forma mais correta e equilibrada, oferecendo espécies autóctones às populações dos locais por onde passa a caravana dos aventureiros mototuristas.
Solidariedade de Portugal até à Gâmbia
Mas houve outro campeão que deu nas vistas em Penafiel, enquadrado pela exposição comemorativa dos 40 anos de um nome mítico do todo-o-terreno: a Yamaha Ténéré. Pol Tarrés é piloto de trial e hard-enduro, famoso pela participação em competições por esse mundo fora aos comandos de uma ‘big-trail’, incluindo alguns dos mais duros eventos mundiais. Com fama redobrada pelos inúmeros vídeos onde mostra como ‘brincar’ com uma máquina de enduro de 200 kg, o sobrinho do mítico Jordi Tarrés, sete vezes campeão do Mundo de Trial, está no evento da Federação de Motociclismo de Portugal, a convite da Yamaha Motor Portugal. E se no dia das Verificações Técnicas limitou-se a assinar autógrafos, tirar fotografias e conversar com os muitos fãs, maior responsabilidade terá na terça-feira, no Oásis da Yamaha em Tomar, onde assinará e procederá à entrega de uma moto muito especial.
Trata-se de uma exclusiva Yamaha Ténéré 700 World Rally, recheada de acessórios, cuja receita do leilão reverte integralmente a favor do programa Riders for Health Gâmbia. Máquina decorada como a primeira moto utilizada em competição pelo espanhol e, além da assinatura personalizada do piloto, conta com saída de escape Akrapovic, assento plano de 2 peças tipo rali, proteções das carenagens laterais em borracha, guarda-lamas elevado, apropriado para utilização fora de estrada, proteções de radiador, cárter e corrente. Ação solidária que apoia a manutenção da frota de motos utilizada para distribuir artigos de prevenção essenciais, tais como redes mosquiteiras para a prevenção da malária, além de permitirem a abertura regular de clínicas de vacinação contra várias doenças
O Gabinete de Imprensa
Portugal de Lés-a-Lés
Paisagens soberbas, dureza e bastante calor marcaram 1.º dia do Portugal de Lés-a-Lés Off-Road
Por serras nunca dantes navegadas
A oportunidade é única e muitos são os que procuram novas paisagens e caminhos desconhecidos em cada Portugal de Lés-a-Lés Off-Road. De Penafiel à Figueira da Foz, na primeira etapa da 8.ª edição do aventureiro passeio organizado pela Federação de Motociclismo de Portugal tempo para descobrir, entre muitos outros pontos, as serras da Freita e do Caramulo. Novidades num percurso bem exigente, que começou bem cedo, por caminhos mais estreitos entre veredas, atravessando zonas rurais até atingir o rio Douro, passando então a oferecer espaços desafogados, daqueles de perder o olhar até ao horizonte. Estradões mais rolantes após o primeiro Oásis, organizado pela Jomotos na Senhora da Mó mesmo às portas de Arouca, que davam passagem pelo maciço da Gralheira, atravessando as serras da Freita, São Macário e Arada, incluindo a espetacular passagem pelo Portal do Inferno. E onde nem o calor, então bem intenso, nem o pó limitaram a imponente visão de um local de grande misticismo.
Já com o rumo a sul mais bem definido, abordagem à sempre vistosa serra do Caramulo para depois ‘descer’ junto às margens do rio Criz, apreciando ainda o rio Dão até desaguar no rio Mondego, ajudando a encher a barragem da Aguieira. Com o calor a apertar um pouco mais e o apetite já bem aberto, altura ideal para o Oásis da FMP onde um ‘serviço de luxo’ esperava os mais de 300 participantes. Motociclistas mais ou menos experientes, com motos de maior ou menor cilindrada, irmanados na vontade de descobrir novos sítios e de desfrutar do prazer de condução em todo-o-terreno.
Entre eles, António Oliveira, pluricampeão de motocrosse, supercrosse e enduro, um ‘habitué’ do Lés-a-Lés que não perde a oportunidade para “andar de moto com os amigos, relaxar um pouco e recarregar baterias, num evento onde a diversão é o prato principal”. Algo que encontrou “em dose razoável nesta primeira etapa, apesar de ligações algo extensas em alcatrão, mas que iam permitindo algum descanso para os menos experientes face ao cansaço acumulado nas zonas mais duras”.
Com o percurso a virar definitivamente para oeste, mudança de paisagem com os campos de milho e plantações de arroz entre Coimbra e a Figueira da Foz a tomarem o lugar dos trilhos mais pedregosos habituais do norte de Portugal. E, ao fim de 307 quilómetros, tempo para desfrutar do grande areal figueirense, apreciando o mar numa das muitas esplanadas junto ao Forte de Santa Catarina. O que muito agradou aos mais de 90 estrangeiros oriundos de Espanha, França, Itália, Alemanha, Países Baixos, Inglaterra ou Estados Unidos que vão descobrindo o nosso País de uma forma diferente.
Aventura que segue ‘dentro de momentos’ com a segunda etapa a levar a caravana até Estremoz, após 284 quilómetros pela Beira Litoral, Ribatejo e Alto Alentejo. Onde, ainda antes da chegada dos participantes, chegarão elementos da Comissão de Mototurismo da FMP para explicar aos mais jovens as vantagens das árvores autóctones na revitalização da floresta lusitana. Depois de na véspera a 5.ª campanha Reflorestar Portugal de Lés-a-Lés ter contribuído com a plantação de dois carvalhos na Escola EB 1 das Abadias, voltará a marcar presença nas Escolas Básicas do Caldeiro e da Mata. Onde deixará centenas de árvores para os alunos, professores e pessoal auxiliar, reforçando a aposta na reabilitação da floresta da forma mais correta e equilibrada, juntamente com a banda desenhada criada especificamente para esta situação, mostrando aos jovens petizes todas as vantagens da defesa do meio ambiente.
O Gabinete de Imprensa
Portugal de Lés-a-Lés
Menos dificuldades e maior prazer de condução na 2.º etapa do Portugal de Lés-a-Lés Off-Road
Diversão em bom ritmo
Os sorrisos de boa disposição na chegada a Estremoz revelavam, de forma inequívoca, o estado de espírito da caravana do 8.º Portugal de Lés-a-Lés Off-Road, depois da divertida ligação desde a Figueira da Foz. Cerca de 284 quilómetros cumpridos a bom ritmo, sem grandes preocupações com o calor ou com o pó, que ofereceram uma grande diversidade de paisagens e excelentes momentos de condução.
Um bom exemplo dos momentos vividos no evento da Federação de Motociclismo de Portugal foi Miguel Farrajota para quem “o segundo dia foi muito divertido, sobretudo depois de uma primeira etapa com pisos massacrantes no meio de eucaliptais e bastante pó”. Contrariando a força da gravidade que dificulta as mais madrugadoras saídas da cama, o algarvio fez-se à estrada mais cedo, “apanhando os caminhos menos revolvidos e ainda com alguma humidade o que evitou o pó nestes troços mais rolantes e muito divertidos”. E, assim, “deu para fazer mais quilómetros pela manhã e depois estar mais tempo nos Oásis, porque isto de andar de moto é muito bom, mas o convívio com amigos de longa data e outros bem mais recentes é o mais agradável deste evento”.
As temperaturas mais frescas às primeiras horas do dia e até uma amostras de chuva miudinha ajudaram a rolar de forma mais descontraída, nos trilhos mais enduristas. E onde não faltou alguns bocadinhos de lama para apicantar o passeio que, apesar de maioritariamente entre paisagens verdejantes, ainda deu para recordar os incêndios de anos idos, na travessia de locais onde só agora o verde começa a sobrepor-se ao negrume deixado pelas chamas.
Solidariedade em terra de templários
Numa jornada de transição rumo às amplas paisagens alentejanas, foi próximo de Tomar, afamada ao longo da História pelos Templários, que aconteceu um dos momentos do dia. Na Coudelaria Leonardo Franco, a BlueMotor montou um Oásis que, por pouco, não arruinava a continuidade do Lés-a-Lés Off-Road. Uma receção organizada ao pormenor pelo concessionário Yamaha em Santarém e onde além de muitos petiscos foi possível apreciar vários cavalos, incluindo alguns espécimes da famosa raça Puro Sangue Lusitano, e que levou muitos dos participantes a quererem ficar mesmo por ali. Momento de relaxe absoluto que serviu de palco de eleição da entrega da Yamaha Ténéré 700 World Rally, cujo leilão reverte a favor do programa Riders for Health Gâmbia, devidamente enquadrada pela não menos espetacular exposição dos 40 anos da Ténéré. Máquina autografada e entregue pelo piloto Pol Tarrés no âmbito da ação solidária que apoia a manutenção da frota de motos utilizada para distribuir artigos de prevenção essenciais, tais como redes mosquiteiras para a prevenção da malária, além de permitirem a abertura regular de clínicas de vacinação contra várias doenças.
A partir daí e com a paisagem a ganhar contornos cada vez mais ‘alentejanos’ condizente com a subida gradual da temperatura, o percurso foi tudo menos monótono, com alguns pequenos troços de areia ou pedra solta, mas sempre muito rolante e sem apresentar grandes dificuldades técnicas. Pelo menos assim comentavam portugueses e estrangeiros entre uma bifana e uma sande de ovo no Oásis da FMP montado em Ponte de Sor.
Mais árvores para reflorestar Portugal de Lés-a-Lés
Reforço alimentar que foi alento para os derradeiros quilómetros, cumpridos por todos os mais de 300 mototuristas ainda o sol ia bem alto, com chegada a Estremoz desde o meio da tarde. Ainda a tempo de acompanhar a entrega de quase igual número de medronheiros, distribuídos entre os alunos, professores e pessoal não docente das Escolas Básicas do Caldeiro e da Mata. Foi a terceira etapa da 5.ª campanha Reflorestar Portugal de Lés-a-Lés, campanha que visa explicar aos mais jovens as vantagens das árvores autóctones na revitalização da floresta lusitana.
E que continuará amanhã, em Portimão, juntos dos mais pequenos alunos da Escola Básica da Coca Maravilhas, que, depois de ajudarem na plantação de um pinheiro-manso, terão direito a uma banda desenhada exclusiva e uma divertida explicação sobre a importância desta campanha. Ponto final também para os motociclistas que cumprirão os derradeiros 314 quilómetros até à chegada às margens do rio Arade, a poucos metros do Atlântico, ponto final de uma aventura que começou em Penafiel.
O Gabinete de Imprensa
Portugal de Lés-a-Lés
Final em festa do Portugal de Lés-a-Lés Off-Road
Pelo prazer de superar desafios
De Penafiel a Portimão foram 906,5 quilómetros de aventura e camaradagem, de descoberta e superação, de prazer de condução e boa disposição. Vivências que tornam cada final do Portugal de Lés-a-Lés Off-Road num momento de sensações fortes e sentimentos contraditórios. A chegada ao panque final, no término da grande aventura gizada pela Federação de Motociclismo de Portugal é, para todos, um instante de festa. Que, passados poucos minutos, se transforma numa sensação de estranho vazio, sabendo que ainda falta um ano até à próxima edição. É assim desde há 8 anos e, em 2023, repetiu-se o filme, com protagonistas que enfrentaram calor e pó, algum frio matinal e até umas quantas gotas de chuva, os pisos de pedra nas serras do norte e centro do País e os mais rápidos troços arenosos do Ribatejo, até ao emaranhado de caminhos da serra algarvia.
Um desafio à medida da experiência de condução, do espírito, da idade e da máquina utilizada. Que, recorde-se, havia-as de todos os tamanhos e cilindradas, cores e feitios. Das maiores e mais modernas trail do mercado às improváveis scooters, passando por alguns modelos de pequena cilindrada que deixaram marcas na história no motociclismo nacional. A Yamaha DT50 LC é, seguramente, uma delas, bem conhecida de milhares e milhares de portugueses que com ela se estrearam nas lides das duas rodas. Não foi o caso de Rodolfo Sampaio que, depois de fazer o Lés-a-Lés ‘de estrada’ com uma nada apropriada Honda Z50 com montagem tipo ‘chopper’ decidiu manter a fasquia bem elevada e estrear uma DT50 na variante Off-Road. “Uma moto completamente desconhecida, que nunca tinha conduzido antes, para uma aventura super divertida e que não ofereceu o mínimo problema. Foi só meter gasolina, adicionar óleo ao autolube e… já está”.
Uma saudável loucura para o ex-piloto de enduro e raides cuja única preocupação foi “cortar um pouco de gás nas zonas mais degradadas para não estragar a suspensão da motinha. É que sempre eram 110 quilos aos saltos em cima dela. Eram, à partida! Porque agora, com as vezes que tive que dar ao pé nas maiores subidas, devo ter perdido algum peso”. Preocupado em descobrir o paradeiro da equipa de terapeutas que acompanha o evento, “para tentar disfarçar as mossas num corpinho de 61 anos”, garantiu que “a Yamaha DT50 LC está pronta para ir a rodar até casa, mas… o piloto vai deixá-la descansar”
Ondas de sorrisos à beira-mar
Sentimento unânime de excelente disposição que reforçou o ambiente de festa criado na marginal portimonense, ali onde o rio Arade cumpre os últimos metros antes de mergulhar no oceano Atlântico. A derradeira etapa, desde Estremoz, ofereceu 314 quilómetros de belíssimas paisagens, das intermináveis planícies alentejanas, com pistas rápidas entre sobreiros e muitos olivais de cultura intensiva, à variedade de caminhos na serra algarvia, dos trilhos mais enduristas aos mais largos estradões. Palcos de grande diversão para os mais de 300 motociclistas cuja boa disposição nem era abalada por alguns problemas técnicos, como furos ou correntes partidas.
Incidentes que eram, acima de tudo, mais um motivo de conversa nas paragens nos oásis onde as bolas de Berlim, o café ou as águas, servidas com muita simpatia pelo staff da Honda num belíssimo spot nas margens da albufeira da barragem de Odivelas, ou os ovos mexidos, bifanas, fruta e sopa de agrião no Oásis da FMP, iam ajudando a repor as energias. Que bem precisas era para alguns participantes, menos habituados a tamanhas exigências físicas.
Foi o caso de Madalena Casanova, a mais jovem participante, que, aos 18 anos, cumpriu o sonho de fazer o Portugal de Lés-a-Lés Off-Road depois de, em julho, ter-se estrado com sucesso na variante asfáltica da aventureira travessia. O sorriso esfuziante confirmava o sentimento de quem adorou “este Lés-a-Lés, mais duro que o de estrada, é certo, mas que também dá muito mais gozo em termos de superação, em termos de conquista”. Aos comandos de uma Yamaha DT125 LC, que ‘nasceu’ antes dela, Madalena só lamenta “não ter feito uma melhor preparação, tanto física como da moto, que permitiria rolar mais solta e com maior diversão. Mas o importante foi mesmo acabar com a moto direitinha. Bem… mais ou menos! É que foi preciso reapertar algumas peças sobretudo depois de algumas pequenas quedas, a uma média de duas por dia, e todas para o lado direito. Pelo menos os estragos ficaram concentrados”. E, entre sorrisos, confirmou que a DT ficou em condições de cumprir o resto do percurso, a rolar por estrada até Lisboa, depois de ter cumprido a ligação até Penafiel.
Motivo para sentidos abraços de uma aventureira ‘de mão cheia’, numa festa em jeito de despedida, animada pelos risos de alguns dos petizes que, umas horas antes, tinham descoberto que os motociclistas são amigos do ambiente. Crianças da Escola Básica da Coca Maravilhas que plantaram um pinheiro-manso no espaço de recreio e aprenderam como tratar de uma árvore que aporta grandes vantagens à floresta lusitana. Uma ‘aula’ dada por elementos da Comissão de Mototurismo da FMP com o apoio de docentes, membros da Câmara Municipal de Portimão e do Moto Clube de Portimão, integrada no âmbito da 5.ª campanha Reflorestar Portugal de Lés-a-Lés. E que, de forma simples e apoiada numa banda desenhada criada exclusivamente para o efeito, explicou a importância das espécies autóctones na revitalização da floresta.
O Gabinete de Imprensa
Portugal de Lés-a-Lés