O Portugal de Lés-a-Lés OffRoad é um acontecimento anual mototurístico que desde 2015 concilia a resistência física e aventura à vertente turística com o objectivo de cruzar Portugal de extremo a extremo por caminhos de terra, contemplando paisagens e lugares de enorme esplendor. Turismo e aventura num único evento! Vem descobrir o potencial cultural e paisagístico de Portugal na vertente OffRoad. Uma oportunidade de aventura e convívio onde terás que por em prática as técnicas de condução fora de estrada que o todo-o-terreno exige, sem deixar de poder desfrutar da tranquilidade e do ambiente turístico inerentes à facilidade do percurso. Serão 3 etapas de cerca de 300 kms a pontuar para o World Touring Challenge da FIM!


Ministra do Ambiente agradece entusiasmo pela Reflorestação de Portugal de Lés-a-Lés
Foi com a presença da Ministra do Ambiente e da Energia, Maria da Graça Carvalho, à chegada do Portugal de Lés-a-Lés Off-Road em Lagoa, que terminou a 10ª edição da grande aventura off-road da FMP.
Conhecedora do êxito da campanha de sensibilização Reflorestar Portugal de Lés-a-Lés, a ministra do Ambiente e da Energia marcou presença no final do 10º Portugal de Lés-a-Lés Off-Road, em Lagoa. Na chegada dos aventureiros que, ao longo de três dias ligaram Chaves à costa algarvia, Maria da Graça Carvalho elogiou “a iniciativa da Federação de Motociclismo de Portugal que vai muito além da compensação do CO2 emitidos por estes veículos, mostrando um amor pela natureza e um grande empenho em protegê-la. Sobretudo num ano tão difícil como este, em que muita da nossa floresta ardeu, tal como parte dos nossos parques e áreas protegidas, do mais bonito que temos na natureza em Portugal”.
Recebida pelo presidente da Direção da FMP, Armando Marques, e pelo responsável da Comissão de Mototurismo da FMP, António Manuel Francisco, Maria da Graça Carvalho sublinhou ainda “o importante papel dos motociclistas como veículo de comunicação com os jovens, sendo que a mensagem entra mais depressa do que a dos políticos”. Mostrando “muito gosto e satisfação ao ver que esta iniciativa vai parando nas escolas e junto de escuteiros”, a governante enalteceu o facto de os motociclistas estarem, desta forma, “a incutir já o amor pela natureza, pela paisagem e pela biodiversidade aos mais jovens, pelo que o Governo se associa, através do Fundo Ambiental, para ajudar a continuar a reflorestar Portugal, a amar a natureza e a passar a mensagem para os mais jovens”.
Uma presença que reforçou o entusiasmo dos participantes na defesa da floresta e que foi antecedida de uma ação de sensibilização junto dos Agrupamentos de Escuteiros do Parchal e Estombar que, além de uma palestra sobre as vantagens das árvores autóctones, contemplou a plantação de seis sobreiros.
O Gabinete de Imprensa
Portugal de Lés-a-Lés
Caravana internacional do Lés-a-Lés Off-Road liga Chaves a Penamacor em ambiente de grande festa
Bilhete para um Portugal apaixonante onde nem faltam ‘noivas da floresta’
São cada vez mais os estrangeiros que declaram abertamente o seu amor ao nosso País. Entre os que chegam para trabalhar ou para desfrutar do merecido descanso depois de uma vida de labor. E há aqueles que, por um motivo ou por outro, vão descobrindo os encantos deste ‘cantinho à beira-mar plantado’, acabando por render-se a uma paixão que se vai entranhando, para cá mudando ‘de armas e bagagens’.
Vem isto a propósito do número crescente de estrangeiros que apostam em descobrir as paisagens e pessoas, a natureza e gastronomia, os trilhos e os miradouros de norte a sul, utilizando o Portugal de Lés-a-Lés Off-Road como bilhete de entrada numa aventura ímpar. Na 10.º edição do evento organizado pela Federação de Motociclismo de Portugal, muitas eram os idiomas ouvidos no Parque das Termas, em Chaves, onde, com o apoio do Grupo Motard de Chaves, a Comissão de Mototurismo da FMP instalou o local das Verificações Técnicas e Documentais.
Fosse em inglês (mais britânico, irlandês ou americano) ou ucraniano; francês (com sotaque de França, Bélgica ou Luxemburgo) ou neerlandês; espanhol (seja da vizinha Espanha ou do México) ou alemão; algumas palavras sobressaiam pela intensidade com que eram ditas. Sol, paisagens bonitas, boa comida ou simpatia foram termos também repetidos na conversa com os belgas Vincent Lepiece e Sebastian Henriche. E se este já está rendido aos encantos nacionais, tendo mesmo comprado uma casa em Loulé, o primeiro está a pensar mudar-se “com a mulher e os 3 filhos para aproveitar o bom tempo todo o ano, a tranquilidade e a boa comida. E poder ver os filhos a crescer num ambiente seguro. Uma mudança que ainda não se concretizou apenas porque o negócio de montagem de sistemas elétricos e de aquecimento vai muito bem e há que preparar os muitos colaboradores da empresa”.
Com duas Gas Gas EC 350F “leves e divertidas mas de autonomia algo curta”, esperam “voltar a encontrar, tal como no ano passado, muitos locais bonitos, poder conviver com as pessoas nos locais que vamos atravessando e desfrutar de uma boa passeata de moto”.
E, tal como todos os outros participantes, dos quatro cantos do Mundo, vão enfrentar 334 quilómetros entre Chaves, de onde começam a partir às 7 horas, e Penamacor, com chegadas por voltas das 17 h. Um dia longo através das paisagens transmontanas, durienses e beirãs, sem grandes obstáculos no percurso, mas com exigência de um ritmo vivo e poupança nas paragens. Tanto mais que a noite já começa a chegar cedo nesta altura do ano e rolar de noite em fora-de-estrada é tudo menos aconselhável.
Crianças flavienses plantaram bétula no pátio da escola
Lado a lado com a aventura mototurística que atravessa o mapa nacional de norte a sul, continua a campanha Reflorestar Portugal de Lés-a-Lés que visa sensibilizar as populações, sobretudo os mais jovens, para a necessidade de uma adequada renovação da floresta nacional. Foi o caso das duas centenas de alunos das nove turmas do primeiro ciclo da Escola do Ensino Básico Dr. Francisco Gonçalves Carneiro que aprenderam a importância da biodiversidade nas florestas e as vantagens das árvores autóctones. Da melhor adaptação aos solos e climas, à defesa natural em caso de incêndio, passando pela renovação do ar e manutenção de linhas águas, de tudo foi explicado às crianças que, plenas de curiosidade, participaram ativamente com as mais diversas questões.
E no final da iniciativa que conta com o apoio do Instituto de Conservação da Natureza e da Floresta (ICNF) e que teve no engenheiro Carlos Silva um excelente comunicador, foi plantada uma bétula no pátio da escola. Uma árvore da família Betulaceae que é conhecida por outros nomes como bidoeiro ou, imagine-se, mais popularmente como ‘noiva da floresta’. Porquê?, perguntarão. Pelo simples facto de, quando adulta, esta árvore apresentar uma casca branca acentuando o contraste com a maioria das companheiras da floresta, vestidas em tons de castanho ou verde. E assim se vai conhecendo melhor a floresta portuguesa…
O Gabinete de Imprensa
Portugal de Lés-a-Lés
Variedade de percurso e beleza de paisagens marcou 1.ª etapa do Portugal de Lés-a-Lés Off-Road
Promessas cumpridas, expetativas superadas
A organização tinha prometido um percurso exigente mas bonito, com pouco asfalto e muita diversão ao longo de 334 quilómetros entre Chaves e Penamacor. Mas, no final da primeira etapa do 10.º Portugal de Lés-a-Lés Off-Road, os sorrisos após um dia desafiante e bem passado ultrapassavam, largamente, as marcas da fadiga de uma tirada bastante variada e fisicamente desgastante. Diversidade de percursos e de pisos que estava bem patente, e de forma curiosa, nos tons do pó acumulado no rosto dos aventureiros.
Para começar, os cerca de 250 mototuristas que se lançaram à estrada – ou melhor, para fora-de-estrada – ao raiar do dia, deliciaram-se com caminhos de enorme carga cénica, entre castanheiros e muros centenários, cujo pó fora, felizmente, acalmado pela humidade noturna. Haverá melhor forma de começar o dia? A resposta foi dada pelos sorrisos na primeira paragem do dia, no Oásis preparado pela Jomotos logo a seguir à região aurífera de Jales, explorada desde o tempo dos romanos. Entre uma trinca numa maçã ou numa barra de cereais e um gole de água fresca, partilhavam-se as mais madrugadoras peripécias, num dia que começara fresquinho, mas que prometia temperaturas elevadas.
Um trajeto rolante e divertido, com terra ora mais dura ora mais arenosa, aqui e ali com um pouco mais de pedra solta, mas sem dificuldades de maior. E sempre com ligações muito pequenas em asfalto, permitindo aos adeptos do todo-o-terreno fazer aquilo que mais gostam...
Panorama que não se alterou quando os soutos e carvalhais transmontanos começaram a ceder lugar aos vinhedos do Douro Internacional, com a diferença de pisos a acompanhar as mudanças na paisagem. Uma Região Demarcada vitivinícola – a mais antiga do Mundo, nunca é demais referi-lo – que mostrou a faceta mais conhecida dos turistas, com vinhas a perder de vista, numa paleta de cores que vai mudando entre o verde e o dourado, passando por vários tons avermelhados e de castanhos agora que as vindimas estão feitas.
Mas, bastou fugir das famosa N222 e atravessar o rio Távora rumo a Tabuaço, para revelar, também, uma parte menos conhecida, atravessando aldeias fora das rotas ‘mercantis’, o Douro genuíno, dos trabalhadores e das gentes da terra que não hesita em assar uns pimentos no meio da rua e convidar os motociclistas mais extrovertidos a parar ‘para um copo’.
São assim as gentes deste Portugal verdadeiro que o Lés-a-Lés, nas suas diferentes versões, procura mostrar desde 1999 e que tanto agrada e continua a surpreender os mototuristas nacionais como os estrangeiros.
Acreditar no futuro da floresta
Uma primeira parte do percurso maravilhosa que seria depois, e apesar dos esforços dos elementos da Comissão de Mototurismo da FMP, ensombrado pelas paisagens calcinadas até depois de Sernancelhe onde todos pararam para mais um reforço alimentar. E que reforço! Do menu constava caldo verde, salada e feijão frade, ovos mexidos com enchidos ou com cogumelos, bifanas e cachorros, e muita fruta, das bananas às laranjas, passando pelas maçãs e deliciosas peras.
Paragem que revelou o bem-estar generalizado da caravana e que nem o negrume ou as dificuldades em ver o percurso nas zonas queimadas e, por vezes, mesmo de respirar, conseguiu destruir. Um triste espetáculo que tocou profundamente o estreante Bruno Oliveira, engenheiro biólogo de formação, que estava “a viver uma grande aventura, até porque nunca andara no monte durante tantos quilómetros”.
A maior curiosidade desta presença passava pela companhia do pai, o bem conhecido António Oliveira, pluricampeão Nacional de Motocrosse e Enduro e participante assíduo deste evento, que “há muito tempo o tentava convencer a participar no Lés-a-Lés Off-Road. Mas por um motivo ou por outro, normalmente impedimentos profissionais, nunca tinha participado. Além de, ao contrário do irmão (Luís, acumulador de títulos de enduro e motocrosse) nunca ter feito competição e por isso ter um ritmo mais… turístico”.
Super satisfeitos na chegada a Penamacor, eram, afinal, o espelho de um pelotão cansado, mas feliz, com ‘tratamento de pele’ que juntava agora o pó beirão. “Um espetáculo de percurso! Paisagens soberbas! A melhor etapa de sempre no Lés-a-Lés Off-Road!” foram apenas alguns dos muitos comentários de regozijo ouvidos no Terreiro de Santo António, mesmo junto à Câmara Municipal de Penamacor e com o castelo templário e a torre de vigia em pano de fundo.
Comentários que no futuro e com o apoio da campanha de sensibilização Reflorestar Portugal de Lés-a-Lés poderão ser ainda mais expressivos. É que a iniciativa lançada em 2017 pela FMP tem levado ensinamentos sobre a melhor forma de recuperar as áreas ardidas, com recurso à plantação de árvores autóctones. Como aconteceu em Penamacor onde quase centena e meia de crianças do ensino básico ouviram atentamente as explicações sobre as vantagens de optar pelas árvores locais no processo de reflorestação, antes de plantarem três medronheiros e dois sobreiros no pátio da escola. Iniciativa que contou com enorme entusiasmo da edilidade local, marcando presença com as responsáveis florestais e uma equipa de jardineiros municipais, preparando terreno para uma plantação significativa no final do outono.
Campanha que continua amanhã, em Reguengos de Monsaraz, ponto de chegada da segunda etapa do Portugal de Lés-a-Lés Off-Road, após os 337 quilómetros da longa ligação desde Penamacor
O Gabinete de Imprensa
Portugal de Lés-a-Lés
Depois da tempestade… o Alentejo
Um Portugal de Lés-a-Lés não é ‘apenas’ uma aventura na travessia do mapa continental, mas também – e sobretudo! – um amplo somatório de histórias e experiências que enriquecem as vivências dos participantes. E como qualquer história que se preze, também o 10.º Portugal de Lés-a-Lés Off-Road tem reis e rainhas, fadas e duendes, diabinhos e anjos. Sim, ‘anjos’ que voam sobre os caminhos de terra para proteger a caravana, sem as celestiais vestes brancas, é certo, antes se distinguindo pelos coletes fluorescentes e a cruz vermelha que ostentam também nos plásticos das Yamaha Ténéré 700 Rally.
São os elementos da Moto Emergência que depois de um primeiro dia particularmente trabalhoso, por força de um percurso longo e muito exigente, tiveram uma segunda etapa, entre Penamacor e Reguengos de Monsaraz, bem mais calma. “Talvez devido ao cansaço acumulado na ligação desde Chaves, muitos participantes tenham optado por um ritmo mais conservador ou mesmo por alguns atalhos por estrada para poupar o físico e ganhar tempo”. O comentário de Luís Isqueiro, coordenador da assistência médica desde há muitas edições do Lés-a-Lés, é, por isso mesmo, uma opinião conhecedora de toda a envolvente de segurança do evento organizado pela Federação de Motociclismo de Portugal.
Para o 10.º Portugal de Lés-a-Lés Off-Road a maior alteração na equipa de auxílio médico prendeu-se com a utilização de cinco motos iguais, cedidas pela Yamaha Motor Portugal, juntando à eficácia de sempre uma imagem que os torna facilmente identificáveis dentro da colorida caravana. Uma equipa que, além das motos conduzidas por Pedro Pereira, Filipe Garcia, João Melo, Bruno Alves e André Gonçalves, conta com outros três elementos (Fernando Magalhães e Ivo Silva além do próprio Luís Isqueiro) em dois veículos 4x4 para garantir a segurança, em todos os momentos, com uma logística que permite acompanhar e intervir em poucos minutos em qualquer ponto do percurso. O ‘truque’ é um sistema de ‘tracking’, monitorizado pelo coordenador que segue num dos veículos de quatro rodas, que indica onde está cada um dos ‘anjos’ e assim sabendo qual o elemento mais rápido a chegar a uma situação de emergência.
Com uma imagem ainda mais visível e distinta, conferindo acrescida sensação de segurança a todo o pelotão, os técnicos de emergência prestam o primeiro socorro a qualquer um que sofra um acidente – que, nestas coisas de aventura, estão sempre à espreita… – e são uma mais-valia deste evento, deixando surpreendidos os estreantes e os muitos estrangeiros que integram a caravana.
A sopa, o pudim e as massagens
Estrangeiros que também não escondem o espanto perante a as marquesas da equipa de terapeutas e osteopatas, sempre prontos a remediar algumas lesões contraídas durante as etapas. Autênticas ‘mãos de fada’ dos elementos da Osteomotus cujo trabalho é também um excelente barómetro da exigência de cada tirada. Basta ver que no primeiro dia a Adriana Duarte, o Edgar Valente, o Miguel Roseta e o Rui Soares contribuíram para o bem-estar de mais de 40 participantes, número que baixou de forma notória na chegada a Reguengos de Monsaraz. Lesões musculares e pequenos entorses, pancadas sofridas nos dedos e mãos ou dores lombares são as queixas mais frequentes entre os aventureiros do Lés-a-Lés Off-Road. Que ontem até pouparam o físico na parte final da tirada, obrigados a desviar por estrada asfaltada devido a um portão de uma herdade fechado com um enorme cadeado. E isto depois de, durante o dia, todos os participantes terem demonstrado inatacável sentido cívico, fechando todas as cancelas atravessadas pelo percurso.
Tudo isto num dia em que os 337 quilómetros de percurso, maioritariamente em pisos rolantes, mas com bastante pó e algumas zonas técnicas, foram entrecortados por umas quantas ligações em asfalto bem como as sempre esperadas paragens nos Oásis. A meio da manhã, no espaço montado pela Yamaha na aldeia de Perais, um pouco antes de Vila Velha de Rodão, tempo para uma água, uma peça de fruta e uma barra de cereais, antes do lauto e variado menu servido pela multifacetada equipa de cozinheiros da FMP em frente ao castelo de Alter do Chão. Saladas, sopa, carnes e fruta variada foram ementa a que ninguém pôs defeito...
Aliás, a questão da alimentação tem sido comentada de forma muito positiva pelos participantes, recordando, entre outras refeições, o excelente jantar em Penamacor com entradas quentes, queijos, sopa, saladas, carne de porco à alentejana e, para sobremesa, opção entre um delicioso pudim caseiro e melão bem fresco.
Uma curiosa herança para usar no TT
Refeições que têm feito as delícias de todos os motociclistas, os portugueses e os muitos estrangeiros presentes, como é o caso de Charlie Woods e do namorado Dylan Farminer que, juntamente com o padrasto da primeira, Mark Stride, formam a equipa… Charlie’s Angels. Que, para que se perceba o total envolvimento da família, contam com o apoio da matriarca na condução da autocaravana com que viajaram desde Exeter e Southampton, bem no sul de Inglaterra.
E que traziam uma história curiosa para contar. Charlie e Mark estiveram no 7.º Portugal de Lés-a-Lés Off-Road, em 2022 e com eles era suposto ter vindo um amigo muito próximo. Que viria a falecer devido a doença, pouco tempo depois, deixando em testamento a sua Triumph Tiger 1200 ao amigo de longa data, com o desejo expresso de que a usasse em fora-de-estrada e, quando estivesse cansado da moto, a vendesse, revertendo então a verba para a viúva. Como o padrasto de Charlie enfrenta, também ele, um processo degenerativo, o namorado comprou a Tiger, mantendo em casa a ‘joia da família’ e estreando-se em Portugal na condução ‘off-road’. Sem grande experiência no TT, vai tentando acompanhar a mais expedita namorada e utilizando a boa compleição física para ajudar a levantar a Yamaha XT660 quando surge algum percalço.
O sentido da reflorestação com espécies autóctones
Lado a lado com o evento mototurístico anda a 7.ª edição da campanha Reflorestar Portugal de Lés-a-Lés, ensinando às populações, sobretudo às crianças mais jovens, as vantagens em plantar árvores de espécies autóctones. Depois de Chaves e Penamacor, foi a vez da Escola Básica de Perolivas e da Escola EB1 de Campinho onde alunos do 1.º Ciclo ouviram atentamente todas as explicações sobre a iniciativa de sensibilização e participaram ativamente na plantação de um freixo no pátio das escolas. Uma campanha que mais do que simplesmente alertar para os maiores cuidados a ter na reflorestação das áreas ardidas, vai prosseguir no terreno, durante os meses mais propícios ao plantio de árvores, em função da espécie e da região.
Como sucederá também em Lagoa, onde serão entregues algumas árvores no dia em que termina o 10.º Portugal de Lés-a-Lés, com a ligação desde Reguengos de Monsaraz a contabilizar 313 quilómetros, variando entre as típicas paisagens alentejanas e as exigências da serra algarvia.
O Gabinete de Imprensa
Portugal de Lés-a-Lés
Sorrisos genuínos foram a melhor paga para tamanha exigência
Destino turístico de excelência por força das mais de 30 praias, com tanto de sublime como de diversificado, Lagoa foi palco de eleição para a chegada do 10.º Portugal de Lés-a-Lés Off-Road depois de 984 quilómetros desde Chaves, com paragens em Penamacor e Reguengos de Monsaraz. Cenário perfeito para uma festa sublime, onde os rostos poeirentos não escondiam sorrisos genuínos e onde os abraços pela concretização da aventura e pela superação pessoal eram trocados de forma sentida. Afinal, a edição de 2025 da aventura mototurística organizada pela Federação de Motociclismo de Portugal teve tanto de beleza paisagística e de diversão, como de trilhos fisicamente exigentes, obrigando a gerir a energia para melhor desfrutar do passeio.
E se assim tinha sido nos dois primeiros dias, assim foi também na derradeira tirada, desde Reguengos de Monsaraz até ao Parque Municipal de Feiras e Exposições de Lagoa, o recinto bem conhecido por albergar desde 1980 a FATACIL, a maior feira de atividades económicas do Sul de Portugal. Um dia que começou com temperaturas amenas, bem mais baixas do que esperado, céu bastante encoberto e grande humidade, o que, não evitando algum pó nos rápidos estradões alentejanos, limitou a fadiga normalmente exponenciada pelo calor intenso.
Um percurso que permitiu olhar para as profundas mudanças da paisagem do Alentejo, atravessando o lago do Alqueva e comprovando a substituição gradual das tradicionais searas por culturas super intensivas, nomeadamente de olival. Tema de conversa no Oásis Honda, primeiro ponto do dia para ‘reabastecimento dos condutores’.
Junto ao campo de jogos José Agostinho de Matos e sem dispersar a atenção dos entusiasmados pais dos jovens jogadores do Clube Recreativo e Desportivo de Cabeça Gorda [Ferróbico], os aventureiros deliciaram-se com as já famosas Bolas de Berlim da Honda. Ou melhor, ícones da doçaria nacional que, não sendo fabricados pela marca japonesa, obrigaram a rigorosa ação logística para levantar os 350 bolos, acabadinhos de fazer na Fábrica de Bolos do Chile, às 5.30 h da madrugada, para os transportar ao longo de mais de 230 quilómetros desde a lisboeta Avenida Almirante Reis até ao Baixo Alentejo!
Moto híbrida de engenharia caseira
Mas, antes de provaram estas bombas calóricas – podiam sempre ficar-se por um banana e um café… – já os mototuristas tinham deixado para trás dezenas de quilómetros, maioritariamente em longas retas, por vezes com o piso bastante degradado, o que aumentou o cansaço dos participantes e criou alguns contratempos mecânicos. O que não foi o caso da mais bizarra máquina presente no 10.º Portugal de Lés-a-Lés Off-Road, uma irreconhecível Yamaha XT600, de 1999. Uma moto híbrida “feita com peças que estavam para lá, na garagem, como um depósito e o banco de uma Suzuki RMX, o amortecedor traseiro Öhlins de uma Yamaha TTR 600, uma roda traseira de supermotard com um gigantesco pneu 140/80 e um escape intermédio de um Citröen AX GT”. Obra dos tempos livres de Ramiro Ramos que faz mecânica como hobby, “gostando imenso de inventar e criar coisas diferentes com aquilo que tenho em casa, que não vou deitando fora. E mesmo se nem sempre fica mais económico, a verdade é que a diversão é muitíssimo maior e a dimensão do desafio do Lés-a-Lés Off-Roa também fica bem maior”, contava o alentejano de Ourique, que até aproveitou a proximidade para dar um saltinho a casa.
Ao lado desta genial peça de ‘engenharia-faça-você-mesmo’ quase desaparecia o brilho das mais recentes Husqvarna 701 ou Norden 901, Yamaha 700 Ténéré, KTM Adventure 690, Kove 800X Rally, CFMOTO 800X, Honda CRF1100 Africa Twin ou BMW F900GS, no espetacular almoço em Entradas… mas com direito a menu completo.
Felicidade na cozinha e no pórtico de chegada
Bem no coração desta quase deserta freguesia alentejana do concelho de Castro Verde, em pleno centro geográfico do Baixo Alentejo, com menos de 500 habitantes e uma média etária elevada, a ementa contempla uma portentosa sopa de feijão além de saladas, carnes e muita fruta, responsabilidade da experiente e extremamente eficaz equipa gastronómica da FMP, do mestre António José ao ‘chef’ Nuno Ribeiro, passando pelo José Polidoro, Catarina Sabino, Jorge Gameiro, Tó-Zé Fortes e Henrique Teixeira.
De barriguinha composta, tempo para os últimos cento e poucos quilómetros com direito a um inesperado desvio de última hora, por força de um portão encerrado pelo proprietário de uma herdade, logo após Castro Verde, que obrigou a caravana a seguir durante uns quilómetros por asfalto, através da mítica N2, até Rosário onde voltaram a integrar o traçado original. Um problema recorrente que vai exponenciando a dificuldade na travessia da caravana pelo Alentejo e que, por vezes, resulta da necessidade de proteção dos agricultores contra os furtos das produções de azeitona, fruta e até de animais.
Desvio que, por outro lado, até deu para aliviar os braços, antes da sempre variada travessia da serra algarvia, intervalando troços mais técnicos com estradões rápidos, e na chegada a Lagoa. Onde todos ficaram ainda mais felizes ao ver os sorrisos das meninas que dão uma animação especial ao pórtico de chegada, Lynn de Sousa, Vera Carvalhais, Luísa Castro e Rute Galego, sinal de haver terminado mais um Portugal de Lés-a-Lés Off-Road.
O Gabinete de Imprensa
Portugal de Lés-a-Lés

Pó alentejano não mascarou sorrisos na chegada do Lés-a-Lés Off-Road a Albufeira
Sol algarvio acolheu aventureiros em festa
Tradicionalmente marcada pelas longas retas nas planícies alentejanas, pelo calor e por algum pó, a 3.ª e última etapa do 9.º Portugal de Lés-a-Lés Off-Road foi vivida sob temperaturas frescas e até alguma chuva. Que teve o condão de eliminar o pó e facilitar a condução durante o primeiro terço da ligação entre o Alandroal e Albufeira. Sobretudo para os madrugadores que puderam divertir-se num percurso muito rolante e que só obrigou a cuidados acrescidos, por causa do pó, a partir de Viana do Alentejo.
Portugal de Lés-a-Lés Off-Road levou árvores e animação a Vila Pouca de Aguiar
Chuva persistente não estragou a festa
e reforçou ação de sensibilização ambiental
O dia foi chuva. E foi de festa. E foi também de sensibilização ambiental. Um dia extremamente animado em Vila Pouca de Aguiar, palco do arranque do 9.º Portugal de Lés-a-Lés Off-Road, aventura mototurística organizada pela Federação de Motociclismo de Portugal. E que, até sábado, levará centenas de motociclistas até Albufeira, com paragem em Valverde del Fresno e Alandroal, através de estradões de terra batida, caminhos rurais e até alguns trilhos onde só de moto se consegue passar.
Uma aventura através de montes e vales que reforça a proximidade dos motociclistas com a floresta nacional. E fortalece também o compromisso assumido em contribuir para uma reflorestação cuidada e ajustada a cada local. Em Vila Pouca de Aguiar, recentemente flagelada por fortes incêndios, começou também a 6.ª Campanha de Sensibilização Reflorestar Portugal de Lés-a-Lés, com a visita de elementos da FMP à EB1 das Pedras Salgadas. Casa escolar de mais de uma centena de alunos, onde foram plantados quatro medronheiros (‘Arbutus unedo’) num projeto educativo que terá novo episódio na segunda quinzena de novembro. E numa altura mais propícia à plantação, serão cerca de 1000 as árvores autóctones das várias espécies mais adaptadas à região transmontana.
Uma ação de sensibilização junto das crianças do ensino básico que contou com a presença da presidente da Câmara Municipal de VPA, Ana Rita Dias, do diretor do Agrupamento de Escolas de VPA, Paulo Pimenta, e do presidente do Moto Clube do Corgo, Rui Ribeiro. Que reforçaram a importância desta ação que conta com entusiasmado envolvimento do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, e partilharam o desejo de ver a floresta local ser revitalizada, com espécies autóctones, através destas crianças.
Envolvimento na defesa do património natural que é ponto de honra da organização e de todos os participantes que, ao raiar do dia, arrancarão rumo a Valverde del Fresno. Um evento em modo turístico e sem qualquer espírito competitivo que contará, nesta primeira etapa, com um percurso de cerca de 340 quilómetros. Pelo caminho, as paisagens que os romanos escavaram atrás do ouro e a vista de três rios: o Tua (com direito a Oásis junto à estação da CP), o Douro (com travessia na barragem da Valeira) e o Côa. Parte do percurso que se antevê mais exigente do ponto de vista técnico e físico, antes da passagem por pistas mais rolantes e locais de grande carga histórica. De Vila Nova de Foz Côa ao Sabugal, passando por Castelo Melhor, Almendra, Castelo Rodrigo, Almeida, Castelo Mendo ou Sabugal, atravessando pelo meio a serra da Marofa.
Outra serra que espera os mais de 300 participantes que ontem cumpriram as verificações técnicas – de forma mais rápida que o esperado graças à estreia de um novo sistema de controlo eletrónico – é a Malcata. Ponto de viragem do percurso para Este, rumo à estreia internacional com destino a Valverde del Fresno. Será a primeira vez que o Portugal de Lés-a-Lés Off-Road cruza a fronteira, para ir visitar a sede da Motoval, um dos sponsors de longa data do evento e que muito tem apoiado a FMP. E de onde, na sexta-feira, arrancará a grande festa do todo-o-terreno nacional em direção ao Alandroal.
O Gabinete de Imprensa
Portugal de Lés-a-Lés
Caravana do Portugal de Lés-a-Lés Off-Road em grande diversão até Espanha
Etapa muito exigente terminou com ‘fiesta grande’
Com uma madrugada a fazer recordar os últimos dias, chuvosos e tristonhos, a saída de Vila Pouca de Aguiar acabou por revelar um clima muito mais amigável, afastando as nuvens à partida para a 1.ª etapa do 9.º Portugal de Lés-a-Lés Off-Road. Tempo algo encoberto e fresco que acabaria por atenuar as dificuldades de um percurso bastante técnico e fisicamente exigente. Ao longo de 342 quilómetros, com muitas descidas e outras tantas subidas, algumas bem complicadas, os participantes puderam deliciar-se com uma paisagem de muitos cambiantes, das florestas densas da serra de Negrelo às impressionantes minas auríferas escavadas pelos romanos em Tresminas; da espetacular descida ao Tua, com paragem obrigatória no miradouro de Ujo, à riqueza história de Castelo Melhor, Almendra, Almeida ou Sabugal.
Dia que se antevia muito exigente e que cumpriu todas as expetativas. Na memória ficarão a descida íngreme até à estação do Tua (onde a BMW assegurou o primeiro Oásis do dia) ou a interminável subida, em cascalho solto, à passagem por São João da Pesqueira, logo após a travessia do Douro na barragem da Valeira. Mas havia mais para diversão de todos os aventureiros que, uma vez mais, aderiram de forma massiva ao desafio lançado pela Comissão de Mototurismo da Federação de Motociclismo de Portugal.
E que, heróis de todos os calibres, passaram com maior ou menor dificuldade, aliviando os braços mais tarde, depois da passagem pela barragem de Catapereiro que represa a ribeira da Teja, em terrenos mais planos até Vila Nova de Foz Coa. Depois, entre vinhas quase todas vindimadas, oliveiras e amendoeiras, foi a caravana, com algum pó, até ao farto Oásis da FMP. Montado junto à Igreja Matriz de Almendra e com menu para todos os gostos: caldo verde, ovos mexidos, cachorros, bifanas e fruta variada.
Um ‘abastecimento’ que foi uma surpresa para o estreante Gonçalo Amaral que veio na companhia do irmão Salvador, mas sem o pai, Rodrigo Amaral, piloto do Dakar e presença assídua no Lés-a-Lés Off-Road. Uma queda na corrida do Nacional de Velocidade, no Autódromo Internacional do Algarve, deixou o pluricampeão nacional de todo-o-terreno com um ombro em mau estado. “Foi pena”, lamentava Gonçalo, “porque finalmente vínhamos os três para divertir-nos a fazer algo que gostamos imenso”. E, apesar de também os petizes serem pilotos de créditos firmados no TT nacional e internacional, “a verdade é que esta é uma oportunidade para fazer quilómetros sem preocupação de tempos, com a calma necessária para aproveitar o passeio e desfrutar as paisagens. Afinal está longe de ser uma corrida”, acrescentou Salvador. Que gostou do percurso e não escondeu a surpresa/admiração com “a coragem necessária, quase loucura, para passar por certos caminhos com algumas desta maxi-trails com bem mais de 200 kg”. Serenos na condução mesmo se o ritmo era bem animado, reforçaram, uma vez mais, a velha máxima de que ‘filho de peixe sabe nadar…’
Para avaliar as exigências acrescidas aos condutores dos ‘grandes mamutes’ basta pensar nos exemplos da travessia da serra da Marofa, que, mesmo sem ir ao pico mais elevado (976 metros) obrigou a subir São Marcos (855 m), Cerjal (854 m) e Serra da Vieira (879 m), ou na passagem pela serra da Malcata. Já na parte final, virando para Este rumo a Espanha, mas sem tocar em território da Reserva Natural onde se trabalha para criar as condições para a reimplantação de colónias de Lince Ibérico (Lynx Pardinus). Felino que conseguiu resistir às ameaças de extinção e deixou de ser uma ‘espécie em perigo’ para ser uma ‘espécie vulnerável’ graças à reprodução em cativeiro e aos programas de reintrodução no seu habitat natural. Existem cerca de 2000 na Península ibérica dos quais menos de 300 em Portugal segundos os últimos censos.
Sem que nenhum participante tenha avistado um lince, chegou a caravana a Espanha… quase sem dar por isso. É que a passagem da fronteira aconteceu literalmente no meio do monte, sem qualquer placa identificativa ou postos da GNR/Guardia Civil. Apenas a diferença de pisos (sim, é verdade, mesmo em caminhos de terra a diferença foi notória…) e algumas placas de ‘cotos de caza’ chamaram a atenção, como que preparando os aventureiros para desembocar bem no centro de Valverde del Fresno. Onde os espanhóis da Motoval, patrocinador do evento e da FMP, trataram de receber os mototuristas com uma ‘fiesta’ de arromba, com direito a ruas cortadas ao trânsito, bandas e DJ’s.
Vá lá que a ‘fiesta’ acabou a horas apropriadas, para que todos pudessem descansar para a ligação até ao Alandroal, com 322 quilómetros de mais diversão e desafios através das Beiras e Alentejo
O Gabinete de Imprensa
Portugal de Lés-a-Lés
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Pó alentejano não mascarou sorrisos na chegada do Lés-a-Lés Off-Road a Albufeira
Sol algarvio acolheu aventureiros em festa
Tradicionalmente marcada pelas longas retas nas planícies alentejanas, pelo calor e por algum pó, a 3.ª e última etapa do 9.º Portugal de Lés-a-Lés Off-Road foi vivida sob temperaturas frescas e até alguma chuva. Que teve o condão de eliminar o pó e facilitar a condução durante o primeiro terço da ligação entre o Alandroal e Albufeira. Sobretudo para os madrugadores que puderam divertir-se num percurso muito rolante e que só obrigou a cuidados acrescidos, por causa do pó, a partir de Viana do Alentejo.
Para começar o dia, a viagem pela N373 contou com algumas incursões pela terra para animar a manhã, para ir aquecendo o corpo num dia que nasceu fresco e bem húmido. Mas que prometia ser bem mais quente à medida que se rolava rumo a sul. E que teve também forte carga histórica, passando muito perto das ruínas da Ermida e Albergaria de Santa Marina ou do Santuário Endovélico da Rocha da Mina. Situado bem no coração do Alandroal, por entre um bosque onde os carvalhos tentam a sua sobrevivência contra a propagação progressiva dos eucaliptos. Mas também na belíssima e praticamente desconhecida Ponte dos Ouros ou o castro do Castelo Velho de Lucefecit. Marcas indeléveis da história do nosso território que são, frequentemente, desvendadas noutros eventos organizados sob a égide da Federação de Motociclismo de Portugal, como o Lés-a-Lés de estrada ou as jornadas do Troféu Nacional de Moto-Ralis.
Agora, era tempo de rolar a Sul, evitando despertar as gentes passando ao largo do Redondo, abrindo e fechando mais cancelas, voltando de novo ao asfalto até à passagem pela albufeira da Vigia, formada pela Ribeira do Alcorovisco. Daí até à belíssima Viana do Alentejo foi um saltinho que, com bênção da meteorologia, permitiu apreciar, ainda que de passagem, o castelo construído no mesmo ano (1313) em que a vila recebeu o Foral do Rei D. Dinis. Com caras cada vez mais sorridentes, os aventureiros abancaram nas margens da Albufeira de Odivelas, logo a seguir à barragem de Odivelas, para repor energias no Oásis da Honda, onde brilharam deliciosas Bolas de Berlim. Participantes mais preocupados em voltar à ação do que com a data de entrada em funcionamento da infraestrutura utilizada para irrigação a campos agrícolas, mas que tem, também, uma central de aproveitamento hidroelétrico. Que, já agora, foi inaugurada em 1972 e tem um paredão de 500 metros de comprimento e 55 metros de altura…
Uma dose de cultura geral antes da passagem ao largo de Aljustrel, com mais cancelas, e longas retas, até Grandaços, onde a FMP montou o já reputado restaurante ‘Oásis de Sonho’. Sempre com menu variado e uma equipa sempre pronta no atendimento e de simpatia transbordante. Localizada entre Castro Verde e Ourique, que é como quem diz entre as míticas ligações N2 e IC1, mesmo ao lado da A2, Grandaços ficou no coração dos participantes que decidiram parar na genuína taberna do Tio Raúl. Onde as risadas genuínas e perguntas interessadas quase faziam parar os relógios…
Mas havia que seguir, através de Ourique, infletindo para Almodôvar, mas, uma vez mais, sem perder tempo no Povoado das Mesas do Castelinho, a aldeia pré-romana perto de Santa Clara-a-Nova, fundada no calcolítico, e depois ocupada durante os períodos romano e islâmico. Conta a lenda popular que, debaixo do chão das Mesas do Castelinho viveria uma comunidade que contava com um ‘homem lagarto’ que daria sorte a quem o abraçasse!
Ao que se apurou em Albufeira ninguém avistou o ‘homem lagarto’ muito menos o terá abraçado, mas ficou confirmado que todos tiveram sorte na diversão através da serra do Caldeirão. Com passagem próxima do Alto do Malhão, ponto mítico do ciclismo em terras algarvias. Alguma dureza, mas fora de estrada, encontraram os participantes nesta fase final, apenas para criar uma dose final de animação. Assim como que em jeito de sobremesa TT, numa altura em que o calor justificava o motivo da força do turismo nesta região.
E depois de um dia muito rolante, alternando entre as planícies já desprovidas de cereal e as enormes áreas de cultura intensiva e super intensiva de olival, fizeram-se os últimos quilómetros em terra batida até às piscinas naturais da Ribeira de Alte. A partir daí, apenas asfalto, com tempo para recordar a aventura do ano na ligação até à Praça dos Pescadores. Ali, bem no coração de Albufeira, voltou a festa e os sorrisos próprios de mais um Lés-a-Lés, recuperando momentos históricos vividos em 2003, com a chegada do 5.º Portugal de Lés-a-Lés, e em 2016, com a partida da 18.ª edição. E que coroou a 9.ª edição do Portugal de Lés-a-Lés Off-Road com promessas de voltar nos primeiros dias de outubro de 2025 para a festa que assinala a primeira década da grande aventura do TT nacional.
O Gabinete de Imprensa
Portugal de Lés-a-Lés


Final em festa do Portugal de Lés-a-Lés Off-Road
Pelo prazer de superar desafios
De Penafiel a Portimão foram 906,5 quilómetros de aventura e camaradagem, de descoberta e superação, de prazer de condução e boa disposição. Vivências que tornam cada final do Portugal de Lés-a-Lés Off-Road num momento de sensações fortes e sentimentos contraditórios. A chegada ao panque final, no término da grande aventura gizada pela Federação de Motociclismo de Portugal é, para todos, um instante de festa. Que, passados poucos minutos, se transforma numa sensação de estranho vazio, sabendo que ainda falta um ano até à próxima edição. É assim desde há 8 anos e, em 2023, repetiu-se o filme, com protagonistas que enfrentaram calor e pó, algum frio matinal e até umas quantas gotas de chuva, os pisos de pedra nas serras do norte e centro do País e os mais rápidos troços arenosos do Ribatejo, até ao emaranhado de caminhos da serra algarvia.
Portugal de Lés-a-Lés Off-Road arranca amanhã em defesa da floresta
O passeio de todos os campeões
São dezenas de títulos nacionais nas mais diversas modalidades e muitas as vitórias em palcos mundiais que ressaltam na recheada lista de participantes no 8.º Portugal de Lés-a-Lés Off-Road. Que longe de ser uma competição é, tão somente, um passeio mototurístico que vai ligar, até dia 4, quarta-feira, Penafiel a Portimão, com paragens na Figueira da Foz e Estremoz. Cerca de 900 quilómetros por alguns dos mais bonitos trilhos em fora de estrada, entre vinhas e olivais, soutos e carvalhais, por serras e vales. Ex-pilotos que não resistem, a cada ano, ao desafio lançado pela Federação de Portugal de Motociclismo para juntarem-se a centenas de outros motociclistas num evento turístico que oferece uma oportunidade única de descobrir o nosso País fora dos trajetos convencionais.
E essa é mesmo a grande motivação de ‘Kees’ van der Ven, um neerlandês que foi uma das grandes figuras do motocross mundial nas décadas de 1980 e ’90. Nascido em Bakel, uma pequena vila no sul dos Países Baixos, a poucos quilómetros de Eindhoven, van der Ven, mudou-se em 2015 para Louriçal, uma vila no concelho de Pombal com dimensão semelhante à sua terra natal. “Poder andar de moto no monte com mais facilidade foi um dos principais motivos da mudança, além de Portugal ter bom tempo, boa comida e muito sol”. Mas para o senhor Cornelius Egidius Maria van der Ven esta será, aos 66 anos, uma oportunidade única para conhecer o País de uma forma diferente.
Com 17 triunfos em provas do Mundial de Motocrosse de 125, 250 e 500 cc, terminou por 6 vezes entre os três primeiros do Campeonato do Mundo das três classes e ganhou em cinco ocasiões a mais mítica corrida em pisos de areia, o Enduro de Le Touquet. Tamanho palmarés que, para lá da experiência de condução, de pouco contará para o Portugal de Lés-a-Lés Off-Road. “O primeiro objetivo é mesmo a diversão com um grupo de amigos, incluindo o Gilberto (Jordão) que deu a conhecer este evento e desafiou-me para estar presente. Quanto ao resto, do percurso ou paisagens não sei o que esperar”.
Muita água na bagagem e árvores para reflorestar Portugal
Claro que poderia sempre pedir umas dicas aos laureados Paulo Marques, Miguel Farrajota, António Oliveira ou Bernardo Villar, participantes assíduos da grande travessia do mapa nacional por estradões de terra batida, travessias a vau e alguns caminhos de cabras. Pilotos de renome, todos com muitos títulos nacionais, que marcaram presença nas Verificações Técnicas, no Pavilhão de Feiras e Exposições de Penafiel, espaço habituado a receber grandes eventos como é o caso da Agrival, uma das maiores e mais importantes feiras agrícolas do País. E de onde, amanhã bem cedo, começarão a partir as mais de 300 motos, organização incluída, rumo à Figueira da Foz, num dia que se prevê extremamente quente, com pisos duros e muito pó, com a Organização aconselhar os participantes à ingestão de muita água.
Primeira etapa que vai terminar na marginal figueirense (Av. de Espanha) mesmo junto ao Forte de Santa Catarina, a partir do meio da tarde. Antes disso, porém, por voltas das 11.30 h., tempo para dar continuidade à 5.ª campanha Reflorestar Portugal de Lés-a-Lés, com a plantação de dois carvalhos na Escola EB 1 das Abadias, em cerimónia que contará com o apoio de mais de 70 alunos do 3.º e 4.º ciclos. Iniciativa que visa alertar para a necessidade de revitalização da floresta portuguesa, extremamente flagelada pelos fogos nos últimos anos. Ação de sensibilização que se diferencia pela aposta em reabilitar a floresta da forma mais correta e equilibrada, oferecendo espécies autóctones às populações dos locais por onde passa a caravana dos aventureiros mototuristas.
Solidariedade de Portugal até à Gâmbia
Mas houve outro campeão que deu nas vistas em Penafiel, enquadrado pela exposição comemorativa dos 40 anos de um nome mítico do todo-o-terreno: a Yamaha Ténéré. Pol Tarrés é piloto de trial e hard-enduro, famoso pela participação em competições por esse mundo fora aos comandos de uma ‘big-trail’, incluindo alguns dos mais duros eventos mundiais. Com fama redobrada pelos inúmeros vídeos onde mostra como ‘brincar’ com uma máquina de enduro de 200 kg, o sobrinho do mítico Jordi Tarrés, sete vezes campeão do Mundo de Trial, está no evento da Federação de Motociclismo de Portugal, a convite da Yamaha Motor Portugal. E se no dia das Verificações Técnicas limitou-se a assinar autógrafos, tirar fotografias e conversar com os muitos fãs, maior responsabilidade terá na terça-feira, no Oásis da Yamaha em Tomar, onde assinará e procederá à entrega de uma moto muito especial.
Trata-se de uma exclusiva Yamaha Ténéré 700 World Rally, recheada de acessórios, cuja receita do leilão reverte integralmente a favor do programa Riders for Health Gâmbia. Máquina decorada como a primeira moto utilizada em competição pelo espanhol e, além da assinatura personalizada do piloto, conta com saída de escape Akrapovic, assento plano de 2 peças tipo rali, proteções das carenagens laterais em borracha, guarda-lamas elevado, apropriado para utilização fora de estrada, proteções de radiador, cárter e corrente. Ação solidária que apoia a manutenção da frota de motos utilizada para distribuir artigos de prevenção essenciais, tais como redes mosquiteiras para a prevenção da malária, além de permitirem a abertura regular de clínicas de vacinação contra várias doenças
O Gabinete de Imprensa
Portugal de Lés-a-Lés
Paisagens soberbas, dureza e bastante calor marcaram 1.º dia do Portugal de Lés-a-Lés Off-Road
Por serras nunca dantes navegadas
A oportunidade é única e muitos são os que procuram novas paisagens e caminhos desconhecidos em cada Portugal de Lés-a-Lés Off-Road. De Penafiel à Figueira da Foz, na primeira etapa da 8.ª edição do aventureiro passeio organizado pela Federação de Motociclismo de Portugal tempo para descobrir, entre muitos outros pontos, as serras da Freita e do Caramulo. Novidades num percurso bem exigente, que começou bem cedo, por caminhos mais estreitos entre veredas, atravessando zonas rurais até atingir o rio Douro, passando então a oferecer espaços desafogados, daqueles de perder o olhar até ao horizonte. Estradões mais rolantes após o primeiro Oásis, organizado pela Jomotos na Senhora da Mó mesmo às portas de Arouca, que davam passagem pelo maciço da Gralheira, atravessando as serras da Freita, São Macário e Arada, incluindo a espetacular passagem pelo Portal do Inferno. E onde nem o calor, então bem intenso, nem o pó limitaram a imponente visão de um local de grande misticismo.
Já com o rumo a sul mais bem definido, abordagem à sempre vistosa serra do Caramulo para depois ‘descer’ junto às margens do rio Criz, apreciando ainda o rio Dão até desaguar no rio Mondego, ajudando a encher a barragem da Aguieira. Com o calor a apertar um pouco mais e o apetite já bem aberto, altura ideal para o Oásis da FMP onde um ‘serviço de luxo’ esperava os mais de 300 participantes. Motociclistas mais ou menos experientes, com motos de maior ou menor cilindrada, irmanados na vontade de descobrir novos sítios e de desfrutar do prazer de condução em todo-o-terreno.
Entre eles, António Oliveira, pluricampeão de motocrosse, supercrosse e enduro, um ‘habitué’ do Lés-a-Lés que não perde a oportunidade para “andar de moto com os amigos, relaxar um pouco e recarregar baterias, num evento onde a diversão é o prato principal”. Algo que encontrou “em dose razoável nesta primeira etapa, apesar de ligações algo extensas em alcatrão, mas que iam permitindo algum descanso para os menos experientes face ao cansaço acumulado nas zonas mais duras”.
Com o percurso a virar definitivamente para oeste, mudança de paisagem com os campos de milho e plantações de arroz entre Coimbra e a Figueira da Foz a tomarem o lugar dos trilhos mais pedregosos habituais do norte de Portugal. E, ao fim de 307 quilómetros, tempo para desfrutar do grande areal figueirense, apreciando o mar numa das muitas esplanadas junto ao Forte de Santa Catarina. O que muito agradou aos mais de 90 estrangeiros oriundos de Espanha, França, Itália, Alemanha, Países Baixos, Inglaterra ou Estados Unidos que vão descobrindo o nosso País de uma forma diferente.
Aventura que segue ‘dentro de momentos’ com a segunda etapa a levar a caravana até Estremoz, após 284 quilómetros pela Beira Litoral, Ribatejo e Alto Alentejo. Onde, ainda antes da chegada dos participantes, chegarão elementos da Comissão de Mototurismo da FMP para explicar aos mais jovens as vantagens das árvores autóctones na revitalização da floresta lusitana. Depois de na véspera a 5.ª campanha Reflorestar Portugal de Lés-a-Lés ter contribuído com a plantação de dois carvalhos na Escola EB 1 das Abadias, voltará a marcar presença nas Escolas Básicas do Caldeiro e da Mata. Onde deixará centenas de árvores para os alunos, professores e pessoal auxiliar, reforçando a aposta na reabilitação da floresta da forma mais correta e equilibrada, juntamente com a banda desenhada criada especificamente para esta situação, mostrando aos jovens petizes todas as vantagens da defesa do meio ambiente.
O Gabinete de Imprensa
Portugal de Lés-a-Lés
Menos dificuldades e maior prazer de condução na 2.º etapa do Portugal de Lés-a-Lés Off-Road
Diversão em bom ritmo
Os sorrisos de boa disposição na chegada a Estremoz revelavam, de forma inequívoca, o estado de espírito da caravana do 8.º Portugal de Lés-a-Lés Off-Road, depois da divertida ligação desde a Figueira da Foz. Cerca de 284 quilómetros cumpridos a bom ritmo, sem grandes preocupações com o calor ou com o pó, que ofereceram uma grande diversidade de paisagens e excelentes momentos de condução.
Um bom exemplo dos momentos vividos no evento da Federação de Motociclismo de Portugal foi Miguel Farrajota para quem “o segundo dia foi muito divertido, sobretudo depois de uma primeira etapa com pisos massacrantes no meio de eucaliptais e bastante pó”. Contrariando a força da gravidade que dificulta as mais madrugadoras saídas da cama, o algarvio fez-se à estrada mais cedo, “apanhando os caminhos menos revolvidos e ainda com alguma humidade o que evitou o pó nestes troços mais rolantes e muito divertidos”. E, assim, “deu para fazer mais quilómetros pela manhã e depois estar mais tempo nos Oásis, porque isto de andar de moto é muito bom, mas o convívio com amigos de longa data e outros bem mais recentes é o mais agradável deste evento”.
As temperaturas mais frescas às primeiras horas do dia e até uma amostras de chuva miudinha ajudaram a rolar de forma mais descontraída, nos trilhos mais enduristas. E onde não faltou alguns bocadinhos de lama para apicantar o passeio que, apesar de maioritariamente entre paisagens verdejantes, ainda deu para recordar os incêndios de anos idos, na travessia de locais onde só agora o verde começa a sobrepor-se ao negrume deixado pelas chamas.
Solidariedade em terra de templários
Numa jornada de transição rumo às amplas paisagens alentejanas, foi próximo de Tomar, afamada ao longo da História pelos Templários, que aconteceu um dos momentos do dia. Na Coudelaria Leonardo Franco, a BlueMotor montou um Oásis que, por pouco, não arruinava a continuidade do Lés-a-Lés Off-Road. Uma receção organizada ao pormenor pelo concessionário Yamaha em Santarém e onde além de muitos petiscos foi possível apreciar vários cavalos, incluindo alguns espécimes da famosa raça Puro Sangue Lusitano, e que levou muitos dos participantes a quererem ficar mesmo por ali. Momento de relaxe absoluto que serviu de palco de eleição da entrega da Yamaha Ténéré 700 World Rally, cujo leilão reverte a favor do programa Riders for Health Gâmbia, devidamente enquadrada pela não menos espetacular exposição dos 40 anos da Ténéré. Máquina autografada e entregue pelo piloto Pol Tarrés no âmbito da ação solidária que apoia a manutenção da frota de motos utilizada para distribuir artigos de prevenção essenciais, tais como redes mosquiteiras para a prevenção da malária, além de permitirem a abertura regular de clínicas de vacinação contra várias doenças.
A partir daí e com a paisagem a ganhar contornos cada vez mais ‘alentejanos’ condizente com a subida gradual da temperatura, o percurso foi tudo menos monótono, com alguns pequenos troços de areia ou pedra solta, mas sempre muito rolante e sem apresentar grandes dificuldades técnicas. Pelo menos assim comentavam portugueses e estrangeiros entre uma bifana e uma sande de ovo no Oásis da FMP montado em Ponte de Sor.
Mais árvores para reflorestar Portugal de Lés-a-Lés
Reforço alimentar que foi alento para os derradeiros quilómetros, cumpridos por todos os mais de 300 mototuristas ainda o sol ia bem alto, com chegada a Estremoz desde o meio da tarde. Ainda a tempo de acompanhar a entrega de quase igual número de medronheiros, distribuídos entre os alunos, professores e pessoal não docente das Escolas Básicas do Caldeiro e da Mata. Foi a terceira etapa da 5.ª campanha Reflorestar Portugal de Lés-a-Lés, campanha que visa explicar aos mais jovens as vantagens das árvores autóctones na revitalização da floresta lusitana.
E que continuará amanhã, em Portimão, juntos dos mais pequenos alunos da Escola Básica da Coca Maravilhas, que, depois de ajudarem na plantação de um pinheiro-manso, terão direito a uma banda desenhada exclusiva e uma divertida explicação sobre a importância desta campanha. Ponto final também para os motociclistas que cumprirão os derradeiros 314 quilómetros até à chegada às margens do rio Arade, a poucos metros do Atlântico, ponto final de uma aventura que começou em Penafiel.
O Gabinete de Imprensa
Portugal de Lés-a-Lés
Final em festa do Portugal de Lés-a-Lés Off-Road
Pelo prazer de superar desafios
De Penafiel a Portimão foram 906,5 quilómetros de aventura e camaradagem, de descoberta e superação, de prazer de condução e boa disposição. Vivências que tornam cada final do Portugal de Lés-a-Lés Off-Road num momento de sensações fortes e sentimentos contraditórios. A chegada ao panque final, no término da grande aventura gizada pela Federação de Motociclismo de Portugal é, para todos, um instante de festa. Que, passados poucos minutos, se transforma numa sensação de estranho vazio, sabendo que ainda falta um ano até à próxima edição. É assim desde há 8 anos e, em 2023, repetiu-se o filme, com protagonistas que enfrentaram calor e pó, algum frio matinal e até umas quantas gotas de chuva, os pisos de pedra nas serras do norte e centro do País e os mais rápidos troços arenosos do Ribatejo, até ao emaranhado de caminhos da serra algarvia.
Um desafio à medida da experiência de condução, do espírito, da idade e da máquina utilizada. Que, recorde-se, havia-as de todos os tamanhos e cilindradas, cores e feitios. Das maiores e mais modernas trail do mercado às improváveis scooters, passando por alguns modelos de pequena cilindrada que deixaram marcas na história no motociclismo nacional. A Yamaha DT50 LC é, seguramente, uma delas, bem conhecida de milhares e milhares de portugueses que com ela se estrearam nas lides das duas rodas. Não foi o caso de Rodolfo Sampaio que, depois de fazer o Lés-a-Lés ‘de estrada’ com uma nada apropriada Honda Z50 com montagem tipo ‘chopper’ decidiu manter a fasquia bem elevada e estrear uma DT50 na variante Off-Road. “Uma moto completamente desconhecida, que nunca tinha conduzido antes, para uma aventura super divertida e que não ofereceu o mínimo problema. Foi só meter gasolina, adicionar óleo ao autolube e… já está”.
Uma saudável loucura para o ex-piloto de enduro e raides cuja única preocupação foi “cortar um pouco de gás nas zonas mais degradadas para não estragar a suspensão da motinha. É que sempre eram 110 quilos aos saltos em cima dela. Eram, à partida! Porque agora, com as vezes que tive que dar ao pé nas maiores subidas, devo ter perdido algum peso”. Preocupado em descobrir o paradeiro da equipa de terapeutas que acompanha o evento, “para tentar disfarçar as mossas num corpinho de 61 anos”, garantiu que “a Yamaha DT50 LC está pronta para ir a rodar até casa, mas… o piloto vai deixá-la descansar”
Ondas de sorrisos à beira-mar
Sentimento unânime de excelente disposição que reforçou o ambiente de festa criado na marginal portimonense, ali onde o rio Arade cumpre os últimos metros antes de mergulhar no oceano Atlântico. A derradeira etapa, desde Estremoz, ofereceu 314 quilómetros de belíssimas paisagens, das intermináveis planícies alentejanas, com pistas rápidas entre sobreiros e muitos olivais de cultura intensiva, à variedade de caminhos na serra algarvia, dos trilhos mais enduristas aos mais largos estradões. Palcos de grande diversão para os mais de 300 motociclistas cuja boa disposição nem era abalada por alguns problemas técnicos, como furos ou correntes partidas.
Incidentes que eram, acima de tudo, mais um motivo de conversa nas paragens nos oásis onde as bolas de Berlim, o café ou as águas, servidas com muita simpatia pelo staff da Honda num belíssimo spot nas margens da albufeira da barragem de Odivelas, ou os ovos mexidos, bifanas, fruta e sopa de agrião no Oásis da FMP, iam ajudando a repor as energias. Que bem precisas era para alguns participantes, menos habituados a tamanhas exigências físicas.
Foi o caso de Madalena Casanova, a mais jovem participante, que, aos 18 anos, cumpriu o sonho de fazer o Portugal de Lés-a-Lés Off-Road depois de, em julho, ter-se estrado com sucesso na variante asfáltica da aventureira travessia. O sorriso esfuziante confirmava o sentimento de quem adorou “este Lés-a-Lés, mais duro que o de estrada, é certo, mas que também dá muito mais gozo em termos de superação, em termos de conquista”. Aos comandos de uma Yamaha DT125 LC, que ‘nasceu’ antes dela, Madalena só lamenta “não ter feito uma melhor preparação, tanto física como da moto, que permitiria rolar mais solta e com maior diversão. Mas o importante foi mesmo acabar com a moto direitinha. Bem… mais ou menos! É que foi preciso reapertar algumas peças sobretudo depois de algumas pequenas quedas, a uma média de duas por dia, e todas para o lado direito. Pelo menos os estragos ficaram concentrados”. E, entre sorrisos, confirmou que a DT ficou em condições de cumprir o resto do percurso, a rolar por estrada até Lisboa, depois de ter cumprido a ligação até Penafiel.
Motivo para sentidos abraços de uma aventureira ‘de mão cheia’, numa festa em jeito de despedida, animada pelos risos de alguns dos petizes que, umas horas antes, tinham descoberto que os motociclistas são amigos do ambiente. Crianças da Escola Básica da Coca Maravilhas que plantaram um pinheiro-manso no espaço de recreio e aprenderam como tratar de uma árvore que aporta grandes vantagens à floresta lusitana. Uma ‘aula’ dada por elementos da Comissão de Mototurismo da FMP com o apoio de docentes, membros da Câmara Municipal de Portimão e do Moto Clube de Portimão, integrada no âmbito da 5.ª campanha Reflorestar Portugal de Lés-a-Lés. E que, de forma simples e apoiada numa banda desenhada criada exclusivamente para o efeito, explicou a importância das espécies autóctones na revitalização da floresta.
O Gabinete de Imprensa
Portugal de Lés-a-Lés

O "espírito do Lés-a-Lés"... resiliência.
Ao longo do tempo (e já lá vão 24 anos) a organizarmos o Portugal de Lés-a-Lés (desde há 7 anos também a versão Off-Road) sempre tentámos manter o princípio do desafio que lançamos aos participantes em termos de superação pessoal enquanto motociclistas.
Muitos, mas mesmo muitos, desses participantes tiveram a sua primeira grande experiência motociclista (tanto "on-road" como "off-road") ao aceitarem esse nosso desafio... com essa primeira experiência concluiram que afinal são capazes e a partir daí ninguém mais os parou... outros desafios foram sendo ultrapassados e muitos tornaram-se habituais participantes no Lés-a-Lés.
Temos ao longo do tempo testemunhado muitas situações de superação... muitos motociclistas/participantes que são o melhor exemplo daquilo a que gostamos de chamar o "espírito do Lés-a-Lés". Participantes que tiveram azares mas que levaram ao limite o querer e o crer... numa enorme demonstração de resiliência. A vida é mesmo assim... umas vezes corre bem outras vezes corre mal e o segredo está na vontade de nos levantarmos depois de cada queda e seguirmos, porque em frente é que é o caminho.
Neste 7° Lés-a-Lés Off-Road testemunhamos alguns grandes exemplos de superação/resiliência... traduzidos em mais que eminentes desistências por colapso fisico ou mecânico que depois se ultrapassaram e chegaram até ao fim.
Foram muitos os casos... porque, como haviamos prevenido, o percurso estava mesmo desafiante e assim foram ocorrendo situações... uns por alguma falta de experiência, outros por simples azar e outros ainda porque gostam de "condimentar o desafio" indo participar com "motos improváveis" para um desafio destes.
Mas o sorriso na cara de cada um deles à chegada dizia tudo...
Da nossa parte (organização) uma vez mais tentámos dar o nosso melhor tendo consciência de que há sempre onde podemos melhorar. Este é também um desafio de superação para todos os que estão na organização e (acredite-se) não é mesmo nada fácil colocar na estrada eventos com a dimensão LÉS-A-LÉS. No dia anterior a tudo começar ainda andávamos "perdidos" no meio do Alentejo à procura de soluções para um track digno do nome "off-road"... caminhos públicos vedados mais recomendações de última hora de organismos públicos, quase nos levaram ao desespero...
Da nossa parte (FMP) um grande agradecimento a todos os participantes por terem acreditado que somos capazes de os fazer felizes durante 4 imensos dias.
E para o ano há mais... prometemos.
Grande festa e muitas árvores oferecidas na partida de Mirandela
Começou no Nordeste a grande aventura de Lés-a-Lés
Centenas de motociclistas portugueses, espanhóis, italianos, suíços. franceses, ingleses e de muitos outros países, levaram enorme animação a Mirandela, ponto de partida do 7.º Portugal de Lés-a-Lés Off-Road. No dia dedicado às verificações técnicas e documentais, em fabuloso espaço ajardinado junto ao rio Tua, o reencontro de amizades de longa data foi nota dominante. Festa grande em jeito de aperitivo para três dias de aventura e descoberta até Vila Real de Santo António, com paragem em Tábua e Arronches. E que, pelo caminho, deixará centenas de árvores aos alunos das escolas básicas, em campanha que visa a sensibilização para uma reflorestação cuidada da tão fustigada floresta nacional, com recurso a árvores de espécies autóctones.
Assim, enquanto os motociclistas cumprem 277 quilómetros com os rios Tua, Douro e Mondego por companhia, crianças das escolas de Tábua e escuteiros vão plantar dois cedros do Buçaco, diante do pavilhão multiusos, e 10 salgueiros, 5 freixos e 5 amieiros junto a linhas de água. Parte da campanha que entregará ainda aos mais jovens das populações locais, pinheiros-mansos, zelhas, lódãos, pilriteiros, tramazeiras e loureiros para plantação posterior. Ação que deixou particularmente satisfeitos os autarcas de Mirandela, com a presidente da edilidade a realçar “a alegria das crianças e a curiosidade face a questões ambientais que lhes foram tão bem explicadas durante as visitas a seis escolas do concelho”. Para Júlia Rodrigues, “um evento da dimensão do Portugal de Lés-a-Lés traz, porém, outras mais-valias para o concelho. Desde logo um interessante aporte financeiro, quer na hotelaria e restauração, como noutras áreas de negócio e, não menos importante, deixa os motociclistas com vontade de regressar a uma terra onde a paixão pelas duas rodas é grande”.
Lés-a-Lés como prenda de aniversário
Uma paixão que faz muitos viajar milhares de quilómetros para marcar presença “num evento que em Inglaterra é conhecido dos vídeos que vão surgindo nas redes sociais”. Em dia de 60.ª aniversário, Marc Stride festejou em Mirandela, na companhia da esposa e da enteada, Charlie Woods que também vai fazer o 7.ª Portugal de Lés-a-Lés. Com a acentuada pronúncia britânica de Bristol, a jovem de 28 anos trouxe a Yamaha XTS 660 com que anda “frequentemente em trilhos de terra no Reino Unido, mas será a estreia em ‘off-road’ no continente. E logo em Portugal, que não conhecia, mas que está a deixar uma sensação de grande encanto”. Também o padrasto tem experiência no fora-de-estrada e sabe “mais ou menos o que esperar desta aventura, embora só a partir de amanhã poderemos descobrir a sério a beleza e a dureza de Portugal. Mas como, em conjunto, temos alguma experiência acumulada, deve dar para safar”.
Tal como o britânico da Aprilia Touareg 660, “muito feliz com esta prenda de aniversário”, muitos outros vão arrancar do Parque Dr. José Gama, mesmo junto à praia fluvial de Mirandela, a partir das 7 horas para um percurso que coloca principal ênfase nas belas regiões do Vale do Tua e do Douro Vinhateiro. Paisagens de cortar a respiração só possíveis de apreciar de locais ermos, de acessos nem sempre fáceis, que colocarão à prova as habilidades de condução e a resistência física dos participantes. Um esforço que valerá bem a pena, com muitos sorrisos de satisfação esperados, a partir das 16 horas, em Tábua.
Lado a lado com a aventura do 7.º Portugal de Lés-a-Lés Off-Road, a solidariedade dos motociclistas leva centenas de árvores autóctones às escolas básicas de Mirandela, Tábua, Arronches e Vila Real de Santo António.
É a 4.º edição da Campanha de Sensibilização Reflorestar Portugal de Lés-a-Lés.
Assim foi o primeiro dia da ação, nas escolas de Mirandela.
De Mirandela a Tábua através de paisagem que é Património da Humanidade
Calor aumentou exigências e sentimento de superação
Muita condução, subidas de respeito e descidas de arrepiar. A primeira etapa do 7.º Portugal de Lés-a-Lés Off-Road deixou fortes marcas de cansaço, mas, em boa parte, esbatidas pelo prazer da superação. E por momentos de puro deleite com paisagens de imponência arrebatadora a gerar sentidos sorrisos. De Mirandela a Tábua foram 277 quilómetros de pisos variados, com o calor a dificultar a tarefa aos participantes e a pedir água. Muita água!
Um dia que ajudou a perceber (ou a recordar) porque é que a paisagem do Alto Douro Vinhateiro merece ser considerada Património da Humanidade e entender o apego de Miguel Torga à sua terra, ao contemplar a sublime vista do Vale do Tua oferecida desde o Miradouro do Ujo. Rio Tua que acompanhou a caravana ao longo de boa parte da tirada, com uma neblina matinal que contribuiu para o início fresco e sem pó. Um despertar mágico para os aventureiros, através de caminhos estreitos, entre campos agrícolas e hortas, que logo deram lugar a olival de cultura intensiva e, pouco depois, aos vinhedos que haveriam de marcar boa parte do dia.
Serpenteando por entre vinhedos do Douro foi possível perceber, ali mesmo no terreno, as enormes dificuldades vividas pelos homens e mulheres que moldaram a paisagem desde há centenas de anos. Socalcos de sofrimento também para os menos expeditos nestas coisas de conduzir motos grandes em pisos de terra, num esforço pago em suor e… vistas inesquecíveis. Mas as dificuldades estavam longe de ter terminado, com alguns trilhos bem empinados rumo à estação de comboios do Tua, onde o Oásis Honda matou a sede que começava a apertar. E, com fruta, café e barras energéticas, reforçou alento para algumas descidas bem íngremes, antes de atravessar o Douro na Barragem da Valeira.
Ponto que marcou o primeiro terço da jornada, antes de rumar às paisagens beirãs, gradualmente mais inóspitas, marcadas pelo granito, pela invasão do eucalipto e por algumas chagas abertas pelos incêndios que teimam em não sarar. Pisos ora rolantes, ora mais enduristas, bem entrecortados por indispensáveis ligações em estrada que serviam também para ajudar a descansar um pouco. Percurso que mereceu muitos elogios por parte dos participantes, como foi o caso de Carlos Alonso, espanhol de Salamanca, que garante “estar a ser a mais bonita e mais interessante das quatro edições” em que marcou presença com o grupo de bem audíveis amigos.
Pelo mesmo diapasão afinou Paulo Marques, com “as dificuldades a fazerem lembrar alguns troços de enduro, enquanto, logo a seguir, surgiam troços típicos de um raide”. Mas o pluricampeão nacional de modalidades off-road há muito que ‘arrumou as botas’ e agora é participante assíduo no Portugal e Lés-a-Lés Off-Road “para descobrir paisagens que é impossível conhecer de outra forma e para passar três dias com os amigos a passear de moto, juntando o melhor de três mundos!”
Ideias trocadas no Oásis montado em Trancoso, com o castelo como pano de fundo, e um delicioso caldo verde como aperitivo para uma refeição variada, capaz de agradar a ‘gregos e troianos’¬¬¬. Da mesma forma que agradou a portugueses, espanhóis, franceses, italianos, alemães, belgas, suíços, ingleses, brasileiros e tantos outros. Que, de estomago composto, abalaram que ainda havia mais de uma centena de quilómetros para cumprir até Tábua.
Com a paisagem a variar entre a rispidez granítica, os intermináveis eucaliptais que secam a terra e criam tanto pó, e zonas fluviais, de maior frescura graças às árvores de espécies autóctones, foi tempo de mais um esforço para cumprir uma etapa que, já se antevia, foi fisicamente exigente. Talvez por isso, na chegada ao Multiusos de Tábua, os terapeutas que acompanham o evento da Federação de Motociclismo de Portugal não tivessem mãos a medir. E enquanto a Inês, o Edgar, o Miguel, a Adriana e o Rui minimizavam os efeitos de algumas mazelas, os elementos do motoclube MK Máquinas responsáveis por uma bem-disposta receção, ajudaram a plantar dois cedros do Buçaco, mesmo em frente ao pavilhão. Para plantar mais tarde, quando a chuva amaciar a terra e as raízes tiverem mais alimento para vingar, ficaram vários salgueiros, freixos, amieiros, pinheiros-mansos, zelhas, lódãos, pilriteiros, tramazeiras e loureiros, árvores de espécies locais oferecidas no âmbito da Campanha de Sensibilização Reflorestar Portugal de Lés-a-Lés. Iniciativa da FMP que voltará a marcar presença em Arronches, onde termina a 2.ª etapa do 7.º Portugal de Lés-a-Lés Off-Road, após 268 quilómetros de sobe-e-desce, em montanha-russa que terá ponto alto na travessia da Serra do Açor.
Nem o pó escondeu os sorrisos na chegada do Lés-a-Lés Off-Road a Arronches
Motociclistas lutam para contrariar efeitos da seca
A centena de sobreiros entregues às crianças da Escola Básica EB1 de Arronches, ao abrigo da campanha de sensibilização Reflorestar Portugal de Lés-a-Lés revelam apenas uma pequena parte do esforço levado a cabo pela Federação de Motociclismo de Portugal e pelos motociclistas para mudar a paisagem das serras nacionais. Iniciativa que encaixou na perfeição com o projeto em progresso nesta Eco-Escola, sobre a sustentabilidade, e que mereceu palavras de muito apreço do presidente da edilidade local, João Crespo. Que, juntamente com a presidente da unidade escolar, meteu mão ao trabalho para ajudar na plantação do primeiro sobreiro, no recinto da escola.
Objetivo de promoção ambiental que ganhou outro significado no decorrer da segunda etapa do 7.º Portugal de Lés-a-Lés Off-Road, que levou centenas de aventureiros de Tábua a Arronches. É que o muito pó que acompanhou a caravana ao longo do dia, as marcas de alguns incêndios e a abundância de eucaliptais foi o contraponto à imponência da Serra da Estrela que esteve no horizonte durante boa parte da etapa bem como da Serra do Açor. E reforçou a motivação para a defesa da floresta nacional, com recurso à plantação de árvores de espécies autóctones.
Isto num dia que começou fresco, com o céu encoberto a reduzir o ímpeto do sol, facilitando assim a tarefa na passagem das Beiras para o Alentejo, através de Vila Velha de Ródão. Onde, num magnífico enquadramento, em espaço verde junto ao Rio Tejo, foi montado um acolhedor Oásis. Tempo (e espaço) para retemperar forças, com uma bem nutritiva sopa, ovos mexidos ou bifanas, muita fruta e água, enquanto se debatiam as peripécias da primeira parte da tirada.
Bastou passar o Tejo para descobrir caminhos mais rolantes, onde alguns estradões rápidos escondiam várias armadilhas sob a forma de buracos que exigiam muita atenção. Tal como os corta-fogos utilizados nos últimos quilómetros, como muita pedra solta e grandes regos, deveras exigentes sobretudo para as grandes trail. Nada que os participantes não estivessem à espera num passeio onde a descoberta das mais cativantes paisagens se junta ao desafio e à capacidade de superação.
Tudo numa ponta final marcada pela passagem no Parque Natural da Serra de S. Mamede e que deixou marcas no equipamento e nos rostos, tanto era o pó. Quase irreconhecíveis na chegada a Arronches, depois de 268 quilómetros muito exigentes com muito pó, os participantes foram recebidos com os sorrisos e a alegria contagiante da Lynn, Luísa, Inês e Andreia as hospedeiras que animam os palanques com muita dança e diversões a condizer com a situação. Depois dos borrifadores de água e dos espanadores, vamos ver o que espera os resistentes na chegada Vila Real de Santo António, após um dia que se prevê muito longo, com quase 400 quilómetros de aventura e muita condução.
Dureza do 7.º Portugal de Lés-a-Lés deu outro valor aos sorrisos na chegada
Os campeões, o alemão estreante e a portuguesa finalista
Enganou-se quem pensou que, depois da dureza nos dois primeiros dias, a terceira etapa do 7.º Portugal de Lés-a-Lés Off-Road eram ‘favas contadas’. A planície alentejana e a serra algarvia proporcionaram uma ligação muito exigente, entre Arronches e Vila Real de Santo António, ao longo de quase 400 quilómetros de pó, calor e asfalto em demasia. Dia intenso, com muito trabalho para a ‘equipa zero’, encarregue de antecipar na estrada e em tempo real os problemas que possam surgir à caravana. Logo nos primeiros quilómetros, pouco depois da passagem em Campo Maior, ainda com a fábrica da Delta fechada e sem hipótese para um sempre agradecido café matinal, Flávia Rolo e Vasco Rodrigues encontraram as primeiras contrariedades. Desde um portão fechado que impedia toda e qualquer passagem até às alterações ditadas pelas obras de construção da maior obra ferroviária em Portugal levada a cabo no último século. E se, no primeiro caso, foi rápida a resolução, com a chegada do encarregado da herdade, já a transposição da futura linha que ligará o porto de Sines com a fronteira em Espanha, obrigou a descobrir e assinalar um caminho alternativo.
Tudo muito rápido, sem tempo a perder, porque os primeiros participantes estavam a chegar a esta zona de plantação superintensiva de olival, cultura que vai ganhando terreno às searas e mudando, de forma paulatina, a paisagem alentejana. Sempre com a fronteira de Espanha por perto e com estradões rápidos, descansaram um pouco os condutores das grandes trails depois da ‘tareia’ dos dois primeiros dias. Até porque foram ajudados pelas muitas ligações em estrada, motivadas pela necessidade dos agricultores, proprietários das herdades, evitarem roubos de gado que se têm multiplicado nos últimos tempos e até, imagine-se, de azeitona e outras frutas.
Mas, sempre que o asfalto terminava, podia surgir um caminho com muita pedra, verdadeiramente massacrante e causados de um sem número de furos. Como aconteceu até ao Convento de Orada, onde o Oásis Honda ocupava o lugar onde D. Nuno Álvares Pereira, o Santo Condestável, rezou antes das batalhas contra os exércitos castelhanos. Um espaço onde, sem distinção de sexo, idade, raça, credo ou até da marca de moto, era prestada assistência a todos os que dela necessitavam. E enquanto os problemas mecânicos eram solucionados pelo Sebastião Guerra, o Gonçalo Hortega e a sua equipa tratavam de acompanhar fruta, água e barras energéticas, com o melhor café do Lés-a-Lés.
A escassez de água e as árvores que alegraram a criançada
Espaço de descanso e dois dedos de conversa, onde se encontraram Miguel Farrajota e António Oliveira. Grandes rivais no motocrosse como no enduro e nos raides, onde somam total de 35 títulos nacionais, são agora grandes amigos. Como não podia deixar de ser, enduristas de altíssimo nível que foram, elogiaram “os trilhos muito exigentes da primeira etapa, com subidas que não ficavam mal numa prova do Nacional de Enduro, e os caminhos bastante técnicos e fluídos do segundo dia”. E, em uníssono, reconheceram que “mesmo sabendo das dificuldades existentes no Alentejo, foi demasiado asfalto, sobretudo para motos enduristas”. Vá lá que, pouco depois, ainda conseguiram usufruir de momentos de grande gozo de condução, em pleno Parque Natural do Vale do Guadiana.
Local que reforçou o drama da escassez de água já visível no Alqueva, onde os 3 ou 4 metros abaixo no nível máximo multiplicados pela área do maior lago artificial da Europa deixam bem clara a dimensão da seca que atravessamos. Pensamentos que acompanharam boa parte das centenas de participantes nesta maratona aventureira até Serpa, onde estava montado o Oásis da Federação de Motociclismo de Portugal, organizador do evento que atrai motociclistas de toda a Europa.
Como o alemão Marcel Driessen, Country Manager da Yamaha no mercado germânico que, depois de “muita diversão, alegria e também muito cansaço nos dois primeiros dias, sobretudo pela exigência para uma moto como a Yamaha Ténéré 700 World Raid” não escondeu “algum aborrecimento” na travessia alentejana. “Mas é a paisagem que manda e, depois de dois dias de dureza recompensada pelas paisagens fabulosas, com estas planícies era impossível grande sobe-e-desce”, rematou o estreante no Portugal de Lés-a-Lés Off-Road não se antes enaltecer as últimas curvas da serra algarvia, “escorregadias e muito divertidas”.
Opinião partilhada por Márcia Monteiro, que esteve “sete vezes à partida da aventura ainda que nem sempre à chegada”. Desta feita chegou a Vila Real de Santo António, feliz, mas “bastante cansada, sobretudo depois da primeira etapa, entre Mirandela e Tábua, talvez a mais dura de todas as realizadas nestes sete anos”.
E as paisagens? “Sempre espetaculares, ainda que, aqui e ali, sejam notórias as marcas de incêndios e muitos eucaliptais”. Situação que a FMP quer ajudar a reverter com a campanha de sensibilização Reflorestar Portugal de Lés-a-Lés. Que, depois de Mirandela, Tábua e Arronches, entregou mais 100 ciprestes e outros tantos pinheiros-mansos aos petizes das escolas básicas Manuel Cabanas, de Santo António e de Monte Gordo. Além de outros exemplares destas espécies autóctones que foram carinhosamente plantadas pelas crianças com a cuidadosa ajuda do Sr. José, o jardineiro de serviço, acompanhado pelo vice-presidente da Câmara Municipal de V. R. St.º António, Ricardo Cipriano, e pela vereadora do pelouro da Educação Maria da Conceição Pires. Uma campanha que, tal como o Portugal de Lés-a-Lés Off-Road, promete voltar em grande, em 2023.


O mapa do sucesso em todo-o-terreno
Por serras e vales, planícies sem fim, atravessando rios e as mais recônditas povoações do verdadeiro País profundo, o 6.º Portugal de Lés-a-Lés reforçou o epíteto da grande aventura nacional em fora-de-estrada. Atravessar o mapa nacional, do extremo norte, bem junto à fronteira com Espanha, até às praias algarvias, foi desafio cumprido com enorme prazer, muita diversão e camaradagem ao longo de mais de 1000 quilómetros, entre Montalegre e Lagoa. Pelo meio, Covilhã e Borba, tendo esta cidade do distrito de Évora servido de ponto de partida para a derradeira etapa, com 360 km alternando entre os mais rápidos estradões e as zonas mais técnicas, do rendilhado criado pela albufeira do Alqueva aos sinuosos estradões da serra de Silves, já na ponta final do evento organizado pela Federação de Motociclismo de Portugal.
Calorosa receção aos participantes no Portugal Lés-a-Lés Off-Road sem bruxarias mas com bom fumeiro
Montalegre dá a partida para a aventura
Uma lista de participantes bem recheada – que esgotaram as inscrições em poucos dias… – levou enorme animação a Montalegre, ponto de partida da 6.ª edição do Portugal de Lés-a-Lés Off-Road. A travessia do mapa nacional através de estradões, caminhos, veredas e trilhos vai começar na terra do bom fumeiro e das famosas noites de bruxaria, rumo à Covilhã, destino depois de 326 quilómetros de subidas e descidas num promissor carrossel serrano. Variedade de pisos é a promessa da organização, que traçou um percurso para todo o tipo de motos e onde as ‘maxi-trail’ estarão particularmente à vontade.
O entusiasmo gerado em redor do evento levado a cabo pela Federação de Motociclismo de Portugal atraiu centenas de motociclistas ávidos de aventura e descoberta, não só portugueses como muitos estrangeiros. Do grande contingente espanhol aos vários ingleses, passando por motociclistas oriundos de França, Bélgica, Alemanha ou Suíça. Caravana internacional que se prepara para ir até Lagoa, depois da paragem também em Borba, no final da segunda etapa, em percursos fora-de-estrada. Ocasião ímpar para apreciar as mudanças da paisagem lusitana, das agrestes Terras de Barroso às veraneantes praias algarvias, passando pela Serra da Estrela e as inevitáveis planícies alentejanas.
Quase mil quilómetros para cumprir em ritmo de diversão, por motos de todas as cilindradas, das grandes BMW R1200 GS ou KTM Adventure 1290 às pequenas AJP, Macal ou Zundapp, todas de 50 cc, passando pelo grande pelotão de Yamaha Teneré 700 e Honda CRF1100 Africa Twin bem como muitas ligeiras máquinas enduristas. E com condutores de todos os níveis, incluindo os reformados dakarianos, António Lopes, Bernardo Villar, Miguel Farrajota ou Rodrigo Amaral. Que, apostados apenas em divertir-se com os amigos, continuarão seguramente a mostrar capacidades de condução muito acima da média tantos nos belíssimos estradões como em algumas passagens mais técnicas ao longo das três etapas.
Percurso exigente de Montalegre à Covilhã criou sorrisos de Lés-a-Lés
Estrela brilhante a fechar dia de sobe e desce
Sorrisos empoeirados mas brilhantes na chegada à Covilhã marcaram o final da 1.ª etapa do 6.º Portugal de Lés-a-Lés Off-Road, depois de 326 quilómetros muito exigentes desde Montalegre. Um dia pleno de sobe e desce, deixando para trás as serranias do Barroso rumo à Serra da Estrela, que apelou à capacidade técnica e física dos participantes, exponenciando o caráter aventureiro do evento organizado pela Federação de Motociclismo de Portugal.
Jornada de contrastes que começou com o nevoeiro e alguma chuva miudinha a encobrir a espetacularidade da travessia transmontana até Vila Real para, na passagem pela antiga linha de comboio do Corgo até à Régua, surgir o sol que haveria de acompanhar a caravana até final da jornada.
Morrinha matinal que teve o condão de aplacar o previsível pó, facilitando a transposição de duas subidas mais íngremes logo nos quilómetros iniciais, forma de aquecer os músculos antes da passagem pela albufeira criada no rio Rabagão pela barragem de Pisões. Com muito menos água que o esperado foi, ainda assim, ponto marcante na tirada, tal como na memória ficará o ar místico conferido pelo nevoeiro em algumas zonas onde sobrevivem castanheiros, carvalhos e outras árvores seculares. ‘Perdeu-se’ o vale da Samardã ‘ganhou-se’ a paisagem do Alto Douro Vinhateiro que a UNESCO nomeou Património da Humanidade, rumo à Régua onde os amadores do Lés-a-Lés se cruzaram com os ‘prós’ na prova do Campeonato Nacional de Enduro
Claro que, porque a tradição é para ser mantida, não faltaram algumas zonas de maior dificuldade nas escarpas durienses, obrigando a trabalhos forçados e muito concentração para passar pelos trilhos mais técnicos. Local onde, contrariando todas as expetativas, as afoitas Vespa’s ou até uma pequeníssima Brixton passaram sem problemas, ao contrário de motos de outro gabarito.
Exigências técnicas e físicas que vão continuar na 2.ª etapa, entre a Covilhã e Borba, com 307 quilómetros e passagens bem contrastantes nas paisagens dos eucaliptais do centro do País e a beleza do Parque Natural da Serra de São Mamede.
Alerta amarelo transformado em sol e muito diversão entre a Covilhã e Borba
Lés-a-Lés Off Road com um brilho especial
As previsões não podiam estar mais erradas. Felizmente! Do mau tempo anunciado, com ventos fortes e muita chuva ao longo de todo o dia, levando mesmo as autoridades a decretarem alerta amarelo para vários distritos, saiu uma jornada espetacular para a prática da modalidade, com céu completamente limpo, sol brilhante e temperaturas amenas. Meteorologia que ajudou a criar um dia fantástico para os mais de 400 motociclistas que cumpriram a 2.ª etapa do 6.º Portugal de Lés-a-Lés Off Road, entre a Covilhã e Borba. Foram 306 quilómetros de pisos e paisagens bem variadas, numa jornada que começou cedo, com a partida de um local que mais parecia um ‘bivouac’ do Rali Dakar. Gentileza do Moto Clube da Covilhã – Lobos da Neve que, na véspera, até providenciaram uma bem-agradecida estação de lavagem e um parque fechado (e seguro) para as motos!
Saída da Beira Baixa rumo ao Alentejo, através de Tortosendo e Fundão, com passagem pelas rápidas pistas que ladeiam as eólicas no cume da serra da Gardunha. Troços onde só a magnitude da paisagem ia refreando a vontade de acelerar e que logo deram lugar a mais intrincados caminhos por entre os pinhais e eucaliptais. E se, na primeira parte da etapa, a chuva caída durante a madrugada anulou por completo o pó, já entre Oleiros e Proença-a-Nova foi presença indesejada, numa região onde são ainda visíveis as feridas abertas pelos violentos incêndios de 2020. Valeu a paragem no agradável Camping de Oleiros, onde o Oásis Honda serviu fruta fresca e água para limpar a garganta e, claro, um café para ajudar a espevitar. Que o dia ainda estava no início…
À medida que a longa caravana ia rumando a sul, era notória a mudança da paisagem, mas também dos caminhos percorridos. Depois de Vila Velha do Rodão começou a surgir o inconfundível aroma a Alentejo, numa variação sensorial que a Comissão de Mototurismo da Federação de Motociclismo de Portugal sempre procura oferecer nas travessias do País, seja em estrada seja nesta versão, em todo-o-terreno.
O que, naturalmente, conquistou os portugueses e vem atraindo cada vez mais estrangeiros. Como os belgas Jona Moriau, Olivier Scheen e Michael de Fazio que descobriram o Lés-a-Lés em conversa com um amigo que trabalha na Dunlop, parceiro da FMP ao longo dos últimos anos. Pilotos experientes de Resistência (Moriau é presença assídua em provas de 4 e 8 horas a nível europeu) e Supermoto (Scheen foi vice-campeão europeu da classe S3 em 2008) trouxeram uma estrutura de luxo. Os papás Jean Paul e Jean Michel, reformados e amantes do turismo, da descoberta das paisagens, da gastronomia e da vitivinicultura, vieram a conduzir um grande furgão desde Stavelot, no sudeste da Bélgica, bem perto de Francorchamps e do mítico circuito de Spa. Trouxeram as motos, ferramentas e equipamentos enquanto os seus ‘pilotos’ viajaram de avião depois de cumprida a semana de trabalho. Todos se divertem à grande e os mais experientes, encantados com a descoberta do nosso País, garantiram já que vêm fazer o Portugal de Lés-a-Lés na versão estradista.
Mas, primeiro, esta equipa de assistência tem que chegar a Lagoa, fazendo sensivelmente os mesmos 360 km que os participantes vão cumprir na 3.ª e última etapa, antes de arrumar as motos, levar os ‘meninos’ ao aeroporto de Faro e fazerem-se à estrada, atravessando grande parte da Europa até à sua Bélgica natal. "Bon voyage et au revoir".
Centenas de portugueses e estrangeiros rendidos aos encantos do Portugal mais profundo
Num dia abençoado por São Pedro (mais um!) com sol e temperaturas amenas, a facilitar imenso a vida aos participantes e permitir desfrutar das magníficas paisagens, tempo para conhecer bem de perto a realidade agrícola lusitana, atravessando áreas enormes de cultura intensiva e super intensiva, com milhares de hectares de olival e amendoal, mas também de diversas árvores de fruto, vinha ou cereais. Zona do País onde a condução em fora de estrada é, por norma, mais descontraída e divertida, mas onde as pequenas ‘cinquentinhas’ sofreram com as longas retas feitas de ‘gás a fundo’. O Casimiro, o Cardoso, o Né, o Patrício, o Nuno, o Neves e o Pereira, rapaziada da Charneca da Caparica com uma média de idades bem para lá dos 50 anos, deixaram em casa as motos grandes e voltaram a viver as aventuras de juventude, divertindo-se a valer com as Macal Trail II, Famel Zundapp, Sachs Cross, Suzuki TS ou a AJP Galp. Boa disposição alimentada por algumas picardias que foi nota dominante ao longo de três dias bem aproveitados para conduzir «máquinas recuperadas e mantidas por cada um dos condutores, e cujas reparações, mesmo na estrada, são feitas com materiais e ferramentas que cada um transporta». E assim, a cada passo, lá iam parando os ‘Comdores’ (sim, é assim mesmo, com M, que o grupo se intitula, apesar de ter como símbolo um abutre com feridas e de muletas…) sem que se conseguisse perceber se era realmente uma pequena avaria ou uma desculpa para mais ‘duas de conversa’.
Este é, afinal o espírito do Lés-a-Lés, seja na versão estradista ou na mais aventureira Off-Road, filosofia que cativou os muitos estrangeiros entre os mais de 400 participantes. Oriundos da Bélgica, Irlanda, Espanha, França, Inglaterra, Alemanha, Itália ou do Brasil. Neste caso com a particularidade de conduzir uma belíssima Yamaha XT 500 de 1977 (mas com depósito pintado em preto vermelho e alumínio da versão de 1981!) de matrícula francesa e, para aumentar a improbabilidade, vivendo na cidade de Salamanca. Bruno Pavão, assim se chama este motociclista nascido em Porto Alegre, soube do Lés-a-Lés através de uma revista espanhola e, como nenhum amigo o acompanhou, veio sozinho desde casa, a rolar por estradas nacionais. Foi a estreia absoluta no todo-o-terreno e já garantiu o regresso em 2022, «com um amigo italiano que também tem uma XT 500 que ficou encantado com a ideia».
No final, em Lagoa, os sorrisos do brasileiro eram acompanhados pela boa disposição generalizada de quem acabava de cumprir três dias de aventura, de descoberta e de diversão. De Terras do Barroso à serra algarvia, da Estrela às planícies alentejanas, das escarpas sobre o rio Corgo ao espelho de água do Alqueva, dos pinhais de Oleiros às praias de Lagoa. Porque desta diversidade se faz Portugal e nesta descoberta assenta o sucesso do Lés-a-Lés.

Apontado pelos mais experientes como o mais exigente dos cinco Portugal de Lés-a-Lés realizados, a edição de 2019 teve o condão de transformar em sorrisos toda a dureza encontrada ao longo dos quase 1000 quilómetros de ligação entre Vila Pouca de Aguiar e a ilha de Faro, com passagem pela Pampilhosa da Serra e Coruche. Bem avisados, desde o primeiro momento, pelo presidente da Comissão de Mototurismo, António Manuel Francisco, «das dificuldades do percurso, exponenciadas pela escassez de chuva nos últimos meses e pelas elevadas temperaturas, contribuindo para tornar os pisos mais escorregadios e poeirentos, diminuindo a visibilidade e trazendo à tona muitas pedras». Dureza que conferiu valor acrescentado ao diploma entregue a todos os finalistas do Portugal de Lés-a-Lés Off-Road e aumentou desejos de regressar em 2020.
Caravana do Portugal de Lés-a-Lés Off-Road ajuda na reflorestação
Festa começa em Vila Pouca de Aguiar
Sol e temperatura amena, animação e muita simpatia na receção em Vila Pouca de Aguiar aos mais de 350 motociclistas que, de quinta-feira a sábado, cumprem a 5.ª edição do Portugal de Lés-a-Lés Off-Road, evento organizado pela Federação de Motociclismo de Portugal com percurso – maioritariamente em todo-o-terreno – na ligação até Faro, com passagem na Pampilhosa da Serra e Coruche. Maratona aventureira na descoberta de um País diferente, raro aos olhos da maior parte dos portugueses, com o compromisso maior de contribuir para a reflorestação das serranias lusitanas, fortemente afetadas pelos incêndios dos últimos anos.
Por isso, em dia de verificações técnicas e documentais, em pleno coração da vila transmontana, tempo para a ‘primeira etapa’ da 3.ª Campanha de Sensibilização Reflorestar Portugal de Lés-a-Lés, aposta forte do universo motociclístico na ‘educação’ das populações para a importância da plantação de árvores autóctones. Como a maior resistência a pragas e doenças face às espécies introduzidas bem como às chuvas intensas ou longos períodos de seca, regulando o ciclo da água e a sua qualidade. Árvores que ajudam a manter a fertilidade do espaço rural e o equilíbrio ecológico das paisagens, sendo local de abrigo, alimento e reprodução de grande número de espécies animais da fauna portuguesa, algumas delas em vias de extinção. Vantagens explicadas aos quase 300 alunos do Primeiro Ciclo do Agrupamento de Escolas de Vila Pouca de Aguiar, que ajudaram à plantação de um freixo (Fraxinus angustifolia) em pleno recreio. E, no meio da normal agitação dos mais petizes, a promessa de regressar no final de novembro, próximo do dia 23, Dia Nacional da Árvore Autóctone, aproveitando as condições climatéricas mais adequadas para entregar árvores a todos os alunos, professores e funcionários da escola para cada um plantar nos seus quintais e jardins.
Com ajuda do presidente da edilidade aguiarense, Alberto Machado, e da vice-presidente Ana Dias, foi dada aos miúdos uma interessante aula sobre a adaptação das árvores autóctones, falando do contributo para a redução do efeito de estufa, a maior resistência aos incêndios florestais complementada com a entrega de uma banda desenhada produzida especificamente para esta ocasião e contendo alguma informação mais ‘científica’ sobre as nossas espécies autóctones. ‘Aula’ com dupla repetição na quinta-feira, começando na Escola Básica D. Eurico Dias Nogueira, em Dornelas do Zêzere, às 11 horas e continuando, durante a tarde (15 h.), na Escola Básica Escalada (Escola Sede), ambas na Pampilhosa da Serra, onde serão plantados dois sobreiros (Quercus suber).
Etapas de importância maior na grande aventura mototurística que, no primeiro dia, vai levar a longa e heterogénea caravana até à Pampilhosa da Serra, ao longo de 350 quilómetros que terão na passagem pela desativada Linha do Corgo da CP, após Vila Real, na travessia do Douro Vinhateiro e na vista das imponentes paisagens da serra da Estrela alguns dos (muitos) pontos altos do dia. Pelotão recordista marcado pela forte internacionalização com 34 espanhóis – quase 10% do total de participantes – mas também com franceses, britânicos, italianos, alemães, austríacos, suíços, belgas, russos e ucranianos.
Da fria madrugada transmontana à dureza das serranias beirãs
Emoções para todos os gostos
Na primeira etapa da longa ligação que é o Portugal de Lés-a-Lés Off-Road, tempo para experimentar algumas das sensações prometidas pela Federação de Motociclismo de Portugal no mais aventureiro dos eventos mototurísticos em território nacional. Tempo para sentir as frias madrugadas outonais em terras transmontanas, da saída de Vila Pouca de Aguiar até às belíssimas paisagens escarpadas do rio Corgo, aproveitando a antiga linha de CP, agora desativada; ocasião também para transpirar nas difíceis subidas logo após a passagem do Douro, na Régua, cuja exigência impediu apreciar os vinhedos durienses, ou na Serra das Meadas, em Lamego; bem como para sentir a dureza acrescida pelo acelerada transformação do solo, com muita pedra solta que revela, ao longo de dezenas de quilómetros, as chagas causada pelos incêndios e pela plantação massiva de eucaliptais na zona centro.
Pelo caminho os mais de 350 participantes tiveram outras ‘surpresas’, do pequeno ribeiro, com fio de água que é reflexo fiel do período de chuva escassa mas com pedra escorregadia a exigir atenção redobrada, sobretudo para os condutores das motos maiores, até aos oásis criados pela FMP, em Moura Morta, e pela Jomoto, no Caramulo. Locais onde era possível matar a sede, comer fruta ou bem recheadas sandes, além de contar as primeiras peripécias da aventura que vai levar a grande caravana internacional até Faro. Ocasião ainda para relaxar um pouco e apreciar paisagens deslumbrantes, com passagem literalmente acima das nuvens nos longos estradões nos parques eólicos. Pistas onde José Gama pode apreciar a eficácia da Kawasaki ZX130 R, a scooter que é a mais pequena moto da 5.ª edição da longa travessia, em pelotão onde se misturam as grandes maxi-trails e as leves e ágeis enduristas: «um verdadeiro trator, com tração em todos os locais graças à embraiagem semiautomática e ao baixo peso, e que está aqui para demonstrar que esta é uma grande aventura para motos de todo o tamanho».
Aventura para todo o tipo de motos e de condutores, homens como mulheres. E que as algarvias Marta Sancho e Clara Andrade fazem questão de cumprir, «a um ritmo que permite apreciar as paisagens e ter grande diversão na condução em todo-o-terreno», como aconteceu nos belíssimos troços de Arganil e Góis. Mais à vontade nos técnicos troços das serras de Monchique e do Caldeirão, prometem «aproveitar cada quilómetro da aventura em prol de grande diversão e companheirismo», sobretudo na segunda etapa, entre Pampilhosa da Serra e Coruche, onde surgirão trajetos mais rápidos e menos massacrantes para as mecânicas como para o físico. Mas, para tratar destas maleitas, lá estão, no final de cada etapa, os mecânicos da Motoval e as terapeutas do Instituto de Medicina Tradicional, capazes de minorar as dores dos motociclistas, com massagens e outras técnicas de relaxamento e ‘reparação’ muscular.
Tanto mais que a viagem até terras algarvias ainda é longa, sendo sempre acompanhada pela 3.ª Campanha de Sensibilização Reflorestar Portugal de Lés-a-Lés, empenho da FMP e de todos os motociclistas na chamada de atenção para a importância da plantação de árvores autóctones. Depois do Agrupamento de Escolas de Vila Pouca de Aguiar, logo no dia das Verificações Técnicas e Documentais, foi a vez da Escola Básica D. Eurico Dias Nogueira, em Dornelas do Zêzere, e a Escola Básica Escalada (Escola Sede), ambas na Pampilhosa da Serra, onde foram plantados dois sobreiros (Quercus suber). Primeiro passo antes do anunciado regresso em finais do mês de novembro, quando, aproveitando as condições climatéricas mais adequadas para plantar árvores autóctones, serão oferecidos exemplares de espécies locais a todos os alunos, professores e funcionários das escolas para cada um plantar nos seus quintais e jardins.
Travessia de Portugal em todo-o-terreno desvendou grande variedade de paisagens
Caravana a caminho do sol algarvio
Paisagens diversificadas, entre os verdejantes e frescos trilhos à saída da Pampilhosa da Serra com passagens junto ao rio Zêzere, aos troços de areia em pleno Ribatejo, mesmo antes da chegada a Coruche, passando pelos poeirentos e pedregosos caminhos da zona de Pedrogão Grande e Vila de Rei, massacrada pelos incêndios, marcaram a segunda etapa do Portugal de Lés-a-Lés Off-Road. Com exigência ampliada pelas temperaturas nada outonais, antes de um bom dia de verão, foram constantes os sorrisos dos mais de 350 participantes que aceitaram o desafio lançado pela Federação de Motociclismo de Portugal. E, sempre com a mítica N2 por perto, tempo para variar entre os trilhos de todo-o-terreno e as deliciosas curvas da Estrada Património, a mais longa de Europa. Que o diga Rita Vieira, que, ainda com a participação no Trial das Nações bem viva na memória «não podia deixar de aceitar o convite da Yamaha para marcar presença num evento aliciante, sem qualquer tipo de competição e onde o maior desafio é mesmo apreciar as paisagens de um Portugal tão variado e diferente do que estamos habituados a ver quando viajamos apenas pelas autoestradas». Aos comandos da novíssima Yamaha Ténéré 700, a campeã nacional de trial e de enduro e bicampeã mundial de Bajas (2014 e 2015) estranhou, «apenas um pouco, a diferença de peso para a WR250 F» que utiliza no Nacional de Enduro, «numa moto que tem um motor fantástico, muito dócil e fácil de utilizar, encaixado numa ciclística que parece ter sido feita mesmo à medida deste evento».
Bem ao contrário da surpreendente Harley-Davidson «criada a partir do modelo 883 de 2001» e modificada por Saul Rodrigues «apenas com recurso peças originais da marca». Máquina que, contra muitas expetativas, «ultrapassou sem dificuldades de maior todos os obstáculos, do piso bastante massacrante ao longo de muitos quilómetros como da areia na parte final do dia». Vá lá que os ‘Oásis’ instalados pela FMP em Vila de Rei e pela Honda, em Ponte de Sor, ajudaram os mototuristas a recuperar forças e lutar contra o calor, seguindo viagem de forma rejuvenescida.
Paralelamente ao evento turístico que percorre o País de norte a sul, a 3.ª Campanha de Sensibilização Reflorestar Portugal de Lés-a-Lés voltou a marcar presença junto dos mais jovens alunos das cidades e vilas visitadas pela caravana internacional. Agora foi a vez da Escola Básica e Jardim de Infância da Erra, em Coruche, onde meia centena de alunos ajudou na plantação simbólica de um pinheiro-manso (Pinus pinea), reforçando ‘estatuto’ Eco-Escolas, com uma participação bastante ativa em ações de reflorestação.
Com final marcado para amanhã, sábado, na Praia de Faro, o 5.º Portugal de Lés-a-Lés Off-Road vai render sentida homenagem ao malogrado motociclista Fernando Almeida, grande apaixonado pelo mototurismo e forte dinamizador do motociclismo em terras algarvias, a cuja família e amigos a Federação de Motociclismo de Portugal endereça as mais sentidas condolências.
Maior aventura do TT nacional terminou em Faro
Sorrisos em resposta às dificuldades
Apontado pelos mais experientes como o mais exigente dos cinco Portugal de Lés-a-Lés realizados, a edição de 2019 teve o condão de transformar em sorrisos toda a dureza encontrada ao longo dos quase 1000 quilómetros de ligação entre Vila Pouca de Aguiar e a ilha de Faro, com passagem pela Pampilhosa da Serra e Coruche. Depois das íngremes subidas em terras transmontanas e durienses e do calor que ampliou as dificuldades dos pedregosos pisos beirões no segundo dia, a 3.ª etapa do evento organizado pela Federação de Motociclismo de Portugal ofereceu percurso mais rolante e menos massacrante em termos físicos.
Mesmo se os longos e rápidos estradões alentejanos foram enquadrados por algumas passagens em areias ribatejanas, ainda na parte inicial, e pela tecnicamente exigente mas sempre divertida serra algarvia, já nos derradeiros quilómetros. Dia que começou bem cedo em madrugada muito fresca, com a mistura entre pó e nevoeiro a esconder paisagens bem bonitas e a criar acrescidas dificuldades na condução até Viana do Alentejo, dissimulando ainda algumas das armadilhas escondidas nos pisos arenosos, motivo de umas quantas quedas.
Ponto de paragem, o primeiro do dia, onde a Yamaha ajudou os resistentes aventureiros a recuperar as forças, antes do verdadeiro Alentejo onde vacas, ovelhas e outros animais se mostraram pouco incomodados pelo som dos motores de todo o tipo de motos. Como a improvável Triumph Street Scrambler, nunca antes vista nestas andanças, com que o lisboeta Paulo Mainha Cruz decidiu cumprir «a estreia absoluta em todo-o-terreno, bem como a navegar, com resultado surpreendente, chegando ao final sem problemas de maior». E se, «nas subidas do primeiro dia ou nos longos troços de areia da 2.ª etapa custou um bocadinho», já na derradeira tirada «tudo correu muito melhor, sobretudo na serra algarvia, mais técnica em termos de condução e bem entremeada com ligações em asfalto que permitiam descansar os braços». Juntamente com o ‘compagnon de route’ Pedro Verde, na pequena Mash 125, chegou sorridente a Faro mesmo se bem necessitado do apoio terapêutico das técnicas do IMT – Instituto de Medicina Tradicional. Que, depois de três dias de tamanha solicitação, muitos sorrisos devolveram às mais de três centenas de participantes que completaram esta maratona mototurística, ganhando motivação acrescida pelo final bem junto à praia, em dia de temperaturas não muito longe de veraneantes 30 graus centígrados.
Prémio mais que merecido para todos os que aceitaram o desafio da FMP, bem avisados, desde o primeiro momento, pelo presidente da Comissão de Mototurismo, António Manuel Francisco, «das dificuldades do percurso, exponenciadas pela escassez de chuva nos últimos meses e pelas elevadas temperaturas, contribuindo para tornar os pisos mais escorregadios e poeirentos, diminuindo a visibilidade e trazendo à tona muitas pedras». Dureza que conferiu valor acrescentado ao diploma entregue a todos os finalistas do Portugal de Lés-a-Lés Off-Road e aumentou desejos de regressar em 2020.

Forte presença da Honda e da KTM trouxeram ainda mais cor ao Lés-a-Lés Off-Road 2018. Marcas com envolvimento oficial no evento e que tudo fizeram para apoiar os participantes na grande aventura. Com atrativos reforçados a cada ano que passa, o Portugal de Lés-a-Lés Off-Road chegou à 4.ª edição consolidando posição de maior aventura mototurística nacional em fora-de-estrada fazendo inveja às maiores competições do Mundo, incluindo ao Rali Dakar. Caso da presença KTM nas partidas e chegadas das três etapas, bem como em diversos ‘Oásis’ existentes pelo caminho, com o camião que a Jetmar, importador nacional da marca austríaca, levou às últimas edições do Dakar. Estreia também para o Parque Fechado Seguro que facilitou a logística e o descanso de todos os participantes.
Portugal de Lés-a-Lés Off-Road ligou Macedo de Cavaleiros a Castelo Branco sempre rodeado de verdes paisagens
Aventura começou nas florestas a Norte e deixou árvores e sorrisos nas escolas
O calor e, sobretudo, o pó, muito pó que é resultado do tempo quente e seco dos últimos meses, foram contratempo menor para os 350 mototuristas que saíram de Macedo de Cavaleiros, madrugada cedo, à descoberta de Portugal de Lés-a-Lés em Off-Road. Mas os participantes da 4.ª edição do evento turístico organizado pela Federação de Motociclismo de Portugal não perderam, ainda assim, o ensejo de apreciar paisagens soberbas, onde a natureza resiste em tons de verde. E até Castelo Branco, ao longo da primeira etapa da aventura, tempo para apreciar a frescura de vários carvalhais, soutos e outras espécies autóctones que vão resistindo como podem à massificação das invasoras, com o eucalipto em destacada liderança graças aos proventos económicos. Atenção reforçada pelos mototuristas e pela FMP à mais correta reflorestação, a mais vantajosa para as populações, através da campanha Reflorestar Portugal de Lés-a-Lés, levando árvores autóctones aos mais miúdos de cada uma das cidades que acolhe os finais de etapa, juntamente com banda desenhada explicativa das vantagens destas espécies.
Pensamento que hoje ficará gravado na cabeça dos petizes da Escola Básica de Alcains, em Castelo de Branco (10.30 h) e Jardim de Infância da Caridade, em Reguengos de Monsaraz (14.30 h) que plantarão sobreiros nos seus recreios, como nos dos aventureiros que começarão a sair bem cedo do centro albicastrense rumo a Reguengos, para 274 quilómetros de aventura, descoberta e diversão. À espera, seguramente, de uma etapa pelo menos tão agradável como a primeira, com momentos de deleite paisagístico e de condução ao longo dos estradões no alto da serra de Bornes, rodeados de castanheiro como o que ontem foi plantado, com o apoio da Bosch Termotecnologia, no Polo 1 do Agrupamento de Escolas de Macedo de Cavaleiros, antes de começar a descer para o rio Sabor. E sempre com vistas soberbas sobre o fértil vale, através de estrada (M611) que merece uma visita especial por todos os que gostam de conduzir, sem nada a temer na comparação com estradas míticas como a Transfagarasan, Stelvio ou Grossglockner.
Momentos de condução ímpares que continuaram em direção a Torre de Moncorvo, com algumas nuvens a amenizar o calor anunciando – ainda assim os termómetros passaram dos 30 graus! –, seguindo-se descida para a travessia do Douro na barragem do Pocinho. Onde o primeiro Oásis, a cargo da KTM, ajudou a matar a sede e reconfortar o estômago para mais umas horas de condução. Com passagem por Foz Côa, variando entre os primeiros vinhedos durienses e várias árvores de fruta e as sempre presentes oliveiras, vistos ora da estrada, ora de bem perto, atravessando alguns caminhos de terra bem no meio. E onde nem faltaram os primeiros aromas a uvas maduras, sinal da proximidade do arranque da estação das vindimas e o reforço alimentar e da sempre agradecida água, no Oásis criado pela Honda. Sempre com muita serra no horizonte, passagem pela Guarda com a sempre impressionante vista do maciço montanhoso da Estrela, e depois até Castelo Branco, sempre com interessantes caminhos fora de estrada, em surpreendente contacto com as populações dos mais recônditos lugarejos.
Mais de 300 motociclistas em aventura na travessia de Portugal de Lés-a-Lés ajudam a reflorestar centro do País
Alentejo de todas as paixões em off-road
De Castelo Branco a Reguengos de Monsaraz foram quase 300 os quilómetros percorridos pelos 350 mototuristas que participam no 4.º Portugal de Lés-a-Lés, levando na bagagem desejos de descoberta, muita animação e… árvores para reflorestar o País, de Norte a Sul. No maior evento mototurístico da Europa em fora de estrada, atraindo também motociclistas de Espanha (muitos!), França, Suíça, Alemanha, Bélgica, Luxemburgo e Inglaterra, tempo para reavivar a iniciativa lançada pela Federação de Motociclismo de Portugal em 2017, altura em que levou milhares de árvores autóctones às populações mais flageladas pelos incêndios. Agora, a preocupação maior passa por sensibilizar crianças dos concelhos atravessados pelo evento turístico, plantando sobreiros nos recreios das escolas e oferecendo árvores para que os petizes possam ver crescer nos seus terrenos. Espécies autóctones, pois claro, que são acompanhadas por banda desenhada para que os mais novos reconheçam as vantagens de proteger a floresta nacional.
Algo que a caravana pôde apreciar na ligação desde Castelo Branco, deixando para trás o muito pó que o tempo quente e seco exponencia nos eucaliptais para, já depois da travessia do rio Tejo, em Vila Velha do Ródão, começar a ver outras espécies, nomeadamente as oliveiras, sobreiros e azinheiras predominantes nas paisagens alentejanas. O bom piso que acolheu os aventureiros até Castelo de Vide, aumentou o prazer de condução e ajudou a suportar melhor a temperatura que teimava em não baixar dos 30 graus. Valeu a frescura do Parque João José da Luz onde o Oásis montado pela KTM reforçou ares aventureiros, com camião de assistência do Rali Dakar e onde foi possível limpar pó do capacete e óculos com ar comprimido. Como se fossem pilotos profissionais…
Preparação para saída espectacular da “Sintra do Alentejo” através do Parque Natural da Serra de S. Mamede, com subida rumo ao alto da Nossa Senhora da Penha de onde é possível desfrutar de vistas fabulosas sobre a planície alentejana e aproveitar as boas estradas na viagem até Portalegre. Passagem pela cidade com maior historial TT em Portugal, deixando para trás as serras, passando o pelotão a apreciar os montes... alentejanos. Estradões, ora mais rápidos ora mais técnicos, por entre centenários sobreiros, e em melhor estado de conservação que algumas estradas municipais atravessadas, como a M1150 que, com tantos buracos e saltos, mais parecia pista de motocrosse. À atenção dos autarcas e entidades responsáveis. Tempo também para as longas retas alentejanas, em bom asfalto e com as tradicionais lombas, alternando com as típicas pistas das bajas alentejanas, até Monforte. Panorama que se manteve até São Romão de Ciladas, onde a Honda instalou mais um agradável Oásis para ajudar a combater o calor e o pó. E reforçar o ânimo para o troço final da etapa, até Reguengos de Monsaraz, onde se chegaria depois de rápida passagem pelo importante castelo de onde é possível apreciar parte do grande lago do Alqueva. Depois, curta deslocação até àquela que desde 1838 é sede de concelho, Reguengos de Monsaraz, onde os terapeutas do IMT, Instituto de Medicina Tradicional trataram de algumas pequenas lesões e proporcionaram massagens aos participantes. Preparação para a última tirada do 4.º Portugal de Lés-a-Lés Off-Road, que vai levar, no sábado, a caravana até Albufeira, onde serão entregues as últimas centenas de árvores a quem aparecer no Jardim dos Pescadores durante a tarde. Isto depois de na véspera terem sido partilhadas com petizes da Escola Básica de Alcains, em Castelo de Branco, e do Jardim de Infância da Caridade, em Reguengos de Monsaraz. Onde o presidente da Câmara Municipal, José Calixto ajudou a plantar o sobreiro e sublinhou a importância da escolha pelas árvores da região para continuar a reflorestar Portugal de Lés-a-Lés.
Albufeira recebeu 350 mototuristas que atravessaram Portugal de Lés-a-Lés em todo-o-terreno
Praias algarvias como prémio de aventura
Prémio merecido depois da intensa canícula e muito pó durante o 4.º Portugal de Lés-a-Lés Off Road, o mergulho nas praias de Albufeira foi tónico retemperador para os 350 mototuristas que, ao longo de 3 dias, descobriram o interior do País, desde Macedo de Cavaleiros e maioritariamente por caminhos de terra batida, estradões e outros trilhos. Afinal o calor que tanto massacrou o pelotão durante os 900 quilómetros desde o nordeste transmontano, com paragens em Castelo Branco e Reguengos de Monsaraz, não podia ter só coisas más e justificou plenamente o peso dos calções de banho na bagagem.
Com a miragem do Algarve a servir de estímulo adicional para a última etapa, a serena saída da cidade reguenguense foi acompanhada pela frescura matinal e menos pó do que esperado, até pela humidade nas proximidades da maior lago artificial da Europa. Nascer do dia com paisagens de enorme beleza sublinhada pela luz madrugadora e aromas inconfundíveis do Alentejo na passagem pelo Alqueva, criando vontade de rolar tranquilamente, para desfrutar ao máximo e não interromper o silêncio que ainda se fazia ouvir...
Numa edição bem mais verde do que a de 2017, tempo para atravessar extensos olivais de cultura intensiva e ainda para inusitado desvio, mesmo antes de Cabeça Gorda, com cavalos à solta a obrigarem a improviso de percurso. Nada que atrapalhasse as gentes do off-road que, rapidamente , descobriram o melhor caminho para chegar sem demora maior ao Oásis da KTM em paragem por todos aproveitada para recuperar energias. Dos ex-campeões nacionais de Enduro e Todo-o-Terreno aos estreantes na aventura organizada pela Federação de Motociclismo de Portugal, de António Oliveira, Pedro Belchior, Bernardo Villar, Rodrigo Amaral, Luís Ferreira, Miguel Farrajota ou Rodrigo Sampaio ao grande grupo internacional, com o pelotão espanhol à cabeça.
Com a chegada das planuras alentejanas mudou também o perfil das pistas, mais técnicas em paisagem ondulante criadora de sentimento de tranquilidade que só o Alentejo consegue oferecer. O passar dos dias e o natural acumular de cansaço ao longo dos quilómetros, também ditou ritmos mais moderados, poupando energias para a Serra do Caldeirão, de condução prazenteira para todas as moto, com curvas bem desenhadas, até ao Oásis Honda. Onde, de forma condizente com a povoação mais próxima (Felizes) os participantes foram brindados com cachorros quentes e bolas de Berlim, gelatina e fruta, preparando a caravana para os 50 quilómetros final. E ajudando a minimizar os ‘estragos’ de um dia que viu a temperatura subir até aos 35 graus na passagem por Castro Verde.
Descidas e subidas, em pisos que confirmam o acerto da escolha desta região para os Seis Dias de Enduro de Veteranos, em 2019, incluindo inclinação realmente íngreme e em pedra solta, desaconselhada aos menos experientes ou mais ciosos da conservação das suas motos. Já com aroma salgado do mar, aproximação através de surpreendentes caminhos rurais, por entre hortas e pomares, até chegar ao Algarve turístico na Praia dos Pescadores. Onde, além de grande festa, houve tempo para entregar as últimas centenas de árvores autóctones no âmbito da campanha Reflorestar Portugal de Lés-a-Lés. Que levou árvores e banda desenhada aos mais pequenos dos concelhos atravessados, reforçando a importância social do maior evento mototurístico em fora de estrada realizado na Europa.

Na 3ª edição do Portugal de Lés-a-Lés Off-Road, foram 932km os quilómetros feitos para ligar Boticas a Lagoa, com passagem por Belmonte e Arraiolos. Três dias de aventura ímpar proporcionaram visão bem diferente de Portugal, traçando o mapa nacional, de norte a sul, sempre por caminhos de terra e reduzindo ao mínimo indispensável a utilização de estradas asfaltadas. Mais do que um entusiasmante passeio por "maus caminhos" rumo às maiores belezas paisagísticas, a 3ª edição do Portugal de Lés-a-Lés Off-Road foi uma importante chamada de atenção para a importância das árvores autóctones na revitalização das áreas ardidas com a campanha "Reflorestar Portugal de Lés-a-Lés".

